São Miguel: Corsan garante qualidade da água

O despejo irregular de efluentes líquidos por um frigorífico de Farroupilha não chegou a comprometer a qualidade da água da Barragem São Miguel. A garantia é dada pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Segundo o setor de Vigilância Ambiental da secretaria municipal da Saúde, ocorreu contaminação por substâncias como fósforo, que provoca a proliferação de cianobactérias, nocivas ao ser humano, em duas oportunidades: no ano passado e neste ano. 

A empresa farroupilhense foi fiscalizada no último mês de fevereiro pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e autuada no final de março por iniciar obras de ampliação da sala de abate sem prévio licenciamento e por lançar efluente líquido tratado em local diferente do autorizado. A Corsan diz que o pico de poluição foi detectado e controlado conforme as orientações do Ministério da Saúde. “Monitoramos a qualidade da água distribuída de acordo com as exigências da Portaria 2914/11. Da mesma forma, monitoramos os parâmetros determinados pela legislação para a água bruta, dos mananciais que abastecem Bento Gonçalves”, explica o gerente da unidade local da Corsan, Claudio Ferreto.

Segundo ele, a companhia realiza um rigoroso controle analítico da água para definir e ajustar as dosagens de produtos químicos que são aplicados. O processo de tratamento é monitorado em todas as etapas através de análises físico-químicas e microbiológicas. “Na Estação de Tratamento de Água (ETA) existe um laboratório que realiza análises com frequências distintas, sendo algumas delas a cada hora de operação, permitindo um rigoroso controle da qualidade da água tratada. Além disso, as análises mais complexas são realizadas no Laboratório Central da Corsan, em Porto Alegre. O monitoramento ocorre também na rede de distribuição, em pontos distintos da cidade, que seguem a frequência e os parâmetros indicados pela mesma portaria”, complementa Ferreto, reforçando que “independentemente de ocorrerem picos de poluição, a potabilidade da água é garantida”.

Em situações como a observada, após o despejo de efluentes, o procedimento de monitoramento é ampliado. “Intensificamos as operações de coleta de amostras de água bruta e tratada e o número de análises com o intuito de conduzir sempre o tratamento conforme o que determina o Ministério da Saúde. Essas rotinas incluem o aumento da frequência de verificação de cianobactérias e seus metabólitos e da dosagem de carvão ativado na captação de água”, complementa o gerente. Ele também conta que essas providências foram tomadas no momento em que a companhia identificou a necessidade em função dos resultados analíticos. 

“A maior densidade de algas foi detectada na Barragem São Miguel, mas não há captação direta. Ela abastece a Barragem Burati, de onde é captada a água, juntamente com a Barragem Barracão, para tratamento na ETA. Entretanto, até a Burati a água passa por depuração e não tivemos alterações significativas”, garante Ferreto. 


Multa de R$ 16,6 mil

Segundo a Fepam, a empresa farroupilhense tem Licença de Operação válida até 18 de junho de 2015, com capacidade produtiva máxima mensal de 4.840 cabeças de gado. No dia 7 de fevereiro deste ano, a empresa foi fiscalizada e o Auto de Infração foi emitido no dia 31 de março. Pelo descumprimento do que previa a Licença, a empresa foi autuada em R$ 16.613, passível de recurso. 

Entre as providências que o proprietário deverá tomar estão canalizar o lançamento do efluente líquido tratado para o Arroio Burati e, no prazo máximo de 120 dias, apresentar cronograma do projeto de recuperação das quatro lagoas que eram utilizadas no antigo sistema de tratamento do efluente, em local diretamente sobre o solo, próximo ao Arroio, e que deságuam na lagoa final da Estação de Tratamento de Efluente, acompanhada de Anotação de Responsabilidade Técnica.

Reportagem: Greice Scotton


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