“Se o Lula me der o passaporte, eu negocio com Trump”, diz Bolsonaro

“Se me derem carta branca pra negociar, pode ter certeza que alguma coisa vai sair”, afirmou o ex-presidente Jair Bolsonaro

“Se o Lula me der o passaporte, eu negocio com Trump”, diz Bolsonaro.
Foto: Alan Santos/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (17), em entrevista coletiva no Senado Federal, que estaria disposto a negociar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar reverter a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA às exportações brasileiras.

Bolsonaro esteve no Senado participando de uma sessão especial em homenagem ao pastor Gedelti Gueiros, fundador da Igreja Cristã Maranata, que morreu no dia 5 de julho. A cerimônia foi conduzida pelo senador Magno Malta (PL-ES), autor do requerimento.

“Se o Lula sinalizar pra mim, me der o passaporte, né? Eu negocio com o Trump. Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, disse Bolsonaro durante a coletiva, em frente às portas do Senado.

O passaporte do ex-presidente Bolsonaro está retido desde fevereiro de 2024 por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.

Na quarta-feira (9), Trump enviou uma carta ao presidente Lula (PT), classificando o julgamento de Bolsonaro no STF como uma “vergonha internacional” e anunciando a imposição de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. Segundo o presidente americano, a medida é necessária para garantir concorrência justa e corrigir “anos de desequilíbrios comerciais” com o Brasil.

Confira a fala de Bolsonaro:

“Se o Lula sinalizar pra mim, me der o passaporte, né?
Eu sei que não é ele que vai dar o passaporte.
Eu negocio com o Trump. Ele [Trump] fez isso pro pessoal ir conversar. Quem não vai conversar vai pagar um preço alto.
‘Ah, o Trump quer anistia!’ Eu não sei o que ele quer. Pergunta pra ele, pô!
Se me derem carta branca pra negociar, pode ter certeza que alguma coisa vai sair.
E vamos supor que ele queira anistia: é muito?
Porque, se continuar esse 50%, tem gente que acha que não vai sofrer. Todo mundo vai sofrer — em especial os mais pobres. É muito, se ele pedir isso aí? Botar na balança, é muito?
E a anistia é algo privativo do Parlamento. Não tem que ninguém ficar ameaçando”
, disse Bolsonaro.

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