SEC/BG debate inclusão de deficientes

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves (SEC/BG) realizou no Hotel Viverone um encontro com o tema “Inclusão e Diversidade”, na manhã desta sexta-feira, dia 7. Na oportunidade, alguns convidados passaram pela experiência de ter uma deficiência física, visual e motora. O 2º Café Sensorial teve por objetivo incentivar a inclusão de pessoas com deficiência a ingressarem no mercado de trabalho.

O evento contou com a palestrante Tatiana Rolim, que falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes e também a respeito do preconceito que envolve a inclusão das pessoas com deficiência. Tatiana nasceu em São Paulo e, ao sofrer um acidente, em janeiro de 1995, sobreviveu entre cicatrizes, sondas, esperas e ideias.

No evento um painel também discutiu as principais dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e como a sociedade pode ajudar e se comprometer com os portadores de necessidades especiais. Para finalizar as atividades, a representante da secretaria municipal de Educação (Smed), Adriane Zorzi, falou sobre os trabalhos realizados pela pasta na tentativa de educar os jovens sobre as questões de inclusão.

Para a presidente do SEC-BG, Orildes Maria Lottici, existe a necessidade de inclusão das pessoas com deficiência através de um olhar diferenciado para essas pessoas. “Fazer com que a gente passe a enxergar essas pessoas como mais uma pessoa, e não como uma pessoa com deficiência. O objetivo do evento é para que a sociedade entenda a necessidade de incluir as pessoas com deficiência ou até mesmo as questões de diversidade que nós temos na nossa sociedade”, explica.

Orildes afirma que a sociedade não está preparada para receber as pessoas com deficiência, principalmente, no mercado de trabalho. “Eu me considero também uma pessoa deficiente, porque se tirar meu óculos eu não sou ninguém. E as pessoas, às vezes, esquecem que a gente pode nascer com uma deficiência ou pode se tornar deficiente no decorrer da vida. A gente não tá preparado para receber as pessoas com deficiência no mercado de trabalho, apesar de existir a lei de cotas”, analisa.

A presidente fez um chamamento para que a sociedade passe a ter um olhar diferenciado sobre essas questões. “Nós queremos sensibilizar as pessoas, o poder público, empreendedores, dirigentes sindicais, gestores e associações para que a gente faça, não só pela questão de legislação, mas pela questão de inclusão, verdadeiramente, com um olhar diferente”, diz.

Inclusão com qualidade
Para a diretora da Secretaria de Inclusão de Pessoa com Deficiência do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Cremilda Bastos Cravo, a inclusão ainda está em estágios iniciais. “A dificuldade ainda é muito grande. Hoje nos temos a obrigatoriedade da lei de cotas, já está com 20 anos no mercado de trabalho, então, por isso, muita coisa mudou. Não estamos a 50%, nós estamos apenas a 30% do que era há 20 anos, então isso já deu uma abertura com essa obrigatoriedade do cumprimento da lei de cotas para as empresas contratar”, explica.

Segundo a diretora, o pensamento ainda deve ser mudado junto aos empresários para que as pessoas com deficiência conquistem seu espaço no mercado de trabalho. “Tem empresa que contrata só para cumprir a cota, que não é o que nós, como representante do trabalhador, queremos. Nós queremos inclusão com qualidade. As pessoas que estão entrando no mercado de trabalho querem trabalhar, representar a empresa, não querem ser contratados só para cumprirem uma lei e ficar lá esperando o dia do pagamento. Então a gente pensa muito na inclusão com qualidade”, aponta.

Mas, segundo Cremilda, a expectativa é que essa inclusão cresça nos próximos anos. “O que a gente espera é que daqui há quatro ou cinco anos não necessite mais de lei de cotas. Que o deficiente seja contratado e que as empresas não precisem ter 100 funcionários para contratar uma pessoa com deficiência”, finaliza. 

Reportagem: Jonathan Zanotto

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