Secretaria da Saúde chama a atenção para casos de sarampo em outras regiões do país

O Ministério da Saúde contabilizou desde o início do ano, 1322 pacientes com sarampo, 95% dos casos concentrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. Há ainda mais de 6.600 casos em investigação. Neste ano, o Brasil perdeu o certificado de eliminação do sarampo, devido à reintrodução do vírus no país.

Para o Órgão, a cobertura vacinal nessas regiões é considerada baixa, o que justificaria o surto da doença. No Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 51,23% das crianças estão imunizadas.

Em 2018, o Rio Grande do Sul confirmou 46 casos de sarampo, distribuídos em cinco municípios: São Luiz Gonzaga (01), Porto Alegre (39), Vacaria (01), Viamão (03) e Alvorada (02). Dos casos confirmados no ano de 2018, a maioria era de adultos jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Em 93,2% dos casos, os doentes não tinham comprovação de vacina ou estavam com esquema vacinal incompleto para a idade.

"A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde. Temos uma preocupação muito grande em mantermos todas as nossas crianças protegidas, e a única forma de conseguirmos isso é através da vacinação", ressalta o coordenador médico da Secretaria Municipal de Saúde, Dr. Marco Antonio Ebert.

Bento Gonçalves não registra casos de sarampo, desde 1998. Uma das principais razões disso é a alta cobertura da vacina contra o sarampo, que no Município, vem se mantendo acima de 90%. Em 2018, o setor de epidemiologia vacinou 98,18% de crianças com a Triviral (sarampo, caxumba e rubéola), aplicada aos 12 meses de vida. Além da vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), com 81,73% de cobertura, que é aplicada aos 15 meses. A Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo (crianças de 1 a 5 anos incompletos) atingiu 100%.

As escolas também exigem que no ato da matrícula seja apresentado o comprovante de atualização de esquema vacinal da criança. O que garante que todas as crianças ingressantes nas escolas tenham seus esquemas vacinais devidamente avaliados e, caso estejam incompletos, sejam colocados em dia, ajudando a evitar doenças, como o sarampo.

De acordo com o coordenador do setor de epidemiologia, José Rosa, o sarampo é uma doença transmissível aguda, grave e extremamente contagiosa, causada por um vírus. "A transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar e, em menor importância, permanecer em ambientes contaminados", salienta.

O período de incubação, da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas, é, em média, de 10 dias (7 a 18 dias), sendo que a transmissibilidade ocorre quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema (erupções avermelhadas na pele, que começam no rosto e atrás do pescoço e passam para o tronco e membros) e duram até quatro dias após seu surgimento.

Os principais sintomas são: febre alta (38,5°C), exantema, cansaço, falta de apetite e sintomas respiratórios, principalmente tosse. No quadro clínico clássico há coriza (secreção nasal), conjuntivite e fotofobia (sensibilidade à luz). Casos complicados podem apresentar otites, laringites, diarreias, pneumonia e encefalites.


Quem deve se vacinar contra o Sarampo:
– Pessoas de 12 meses a 29 anos de idade: duas doses de vacina 
– Para as crianças, a 1ª dose é aplicada aos 12 meses de idade, e a 2ª dose aos 15 meses de idade.
A pessoa é considerada vacinada quando receber duas doses de vacina com o componente sarampo, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
– Pessoas de 30 a 49 anos de idade: uma dose de vacina com o componente sarampo.
– Profissionais de saúde independente da idade: duas doses de vacina com o componente sarampo, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.