Secretaria de Saúde realiza atendimento domiciliar para pacientes com transtornos mentais 

Há anos Pedro, 52 anos, morador do bairro Ouro Verde recebe medicação para controlar as reações da esquizofrenia. Com o passar do tempo, a dificuldade de locomoção, devido a problemas nas pernas, e até mesmo as consequências da doença, impediram muitas vezes que recebesse o medicamento. Para atender casos como o de Pedro, a Secretaria Municipal de Saúde, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) iniciou os atendimentos domiciliares.

Duas vezes por semana, a enfermeira Maria de Lurdes Fernandes e a técnica em Enfermagem Danielle Carvalho visitam em média 150 pacientes/mês para verificar a situação e aplicação da medicação.

"É importante o acompanhamento domiciliar para orientação e controle medicamentoso, mas, além disso, pois estes usuários apresentam grandes limitações e necessidades sociais, indo até sua casa podemos observá-lo em seu contexto, sua vivência com a família, com os vizinhos, com os amigos; a organização e demais necessidades existentes no ambiente familiar. Com a medicação em dia, a estabilidade do quadro favorece o vínculo familiar e consequentemente a qualidade de vida do paciente", salienta a enfermeira, Maria de Lurdes Fernandes.

O CAPS II é um serviço de referência e tratamento prioritário de adultos com transtorno mental grave e/ou persistente, na intenção de cuidado integral em saúde mental para reabilitação psicossocial e (re)inserção social. A porta de entrada para o atendimento é a Atenção Básica. Ele está localizado na Rua Emílio Pozza, 590, Bairro Maria Goretti, com atendimento das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h.

Atualmente 19 profissionais realizam o acompanhamento de cerca de 1800 pessoas, com média mensal de atendimento de 960 individuais e 450 participações em grupo.

 A equipe é constituída por profissionais de diferentes áreas como Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social, Enfermagem, Terapia Ocupacional, Técnico de Enfermagem, Educador Social e administrativo. "A organização é multidisciplinar e tem uma funcionalidade interdisciplinar, pois a inegável complexidade que caracteriza o mundo atual traz grandes desafios à Saúde Pública e que não são respondidos pelo enfoque unidisciplinar. NO CAPS II com o aprimoramento do trabalho interdisciplinar pode-se obter uma maior aproximação da realidade psicossocial do usuário, potencializando uma indicação terapêutica mais assertiva e eficaz", explica o coordenador do Setor de Saúde Mental, Maurice Bouwary.

 "Acredito que a frase ‘Não há saúde sem saúde mental’ traduz a importância do direcionamento das políticas públicas para esta área. Qualquer ser humano está apto a adoecer psiquicamente, e este adoecimento interfere nas questões físicas e vice-versa, sendo importante a oferta de tratamento humanizado e efetivo as suas necessidades singulares. O CAPS é um dispositivo central no cuidado integral a saúde mental, podendo auxiliar na resolução ou minimização de um sofrimento psíquico que atinge não somente o indivíduo, mas sua família e toda sociedade", ressalta a coordenadora do CAPS II, Adriana Pavão.

 O CAPS oferece 24 oficinas, como grupo e oficina terapêutica e grupo livre, que busca apoiar e incentivar, por meio de atividades lúdicas e artesanais, a (re)construção de projeto de vida e de autocuidado em saúde. O grupo livre ocorre em diversos turnos, e é o espaço terapêutico onde permanecem por maior tempo os usuários em modalidade intensivo, sujeitos com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua e/ou proteção; ficando diariamente no CAPS, com oferta de almoço e lanches.

O secretário de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, destaca que o trabalho realizado pelos profissionais do CAPS II é de excelência. “Mais que o atendimento clínico, temos profissionais preocupados com o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas que convivem com transtornos mentais. Parabéns a equipe do CAPS II", garante.
 

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também