Segurança Pública afirma que 2024 foi o ano mais seguro do Rio Grande do Sul
No último ano, o Rio Grande do Sul registrou um índice de 12,29 mortes para cada 100 mil habitantes
A segurança pública do Rio Grande do Sul divulgou, no dia 17 de janeiro, que tem registrado queda nos índices criminais. Os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que a estratégia adotada fez com que 2024 fosse o ano mais seguro de toda a história. Com queda nos principais crimes, os resultados de 2024 superaram os índices obtidos em 2023.
Nos crimes contra a vida, destaca-se a redução dos latrocínios (roubo seguido de morte). Em 2024, o número de roubos seguidos de morte caiu 33% em comparação com 2023, passando de 42 para 28 casos. Esse resultado refletiu, segundo a SSP, no combate a crimes contra o patrimônio, como o roubo de pedestres e de veículos.
O roubo a pedestres teve redução de 42% ao longo do ano, o que representa diminuição de 10 mil ocorrências em relação ao ano anterior. Já o roubo de veículos apresentou retração de 36%, com diferença de 1,3 mil casos entre 2023 e 2024.
Com atuação integrada entre Polícia Civil, Brigada Militar (BM) e Polícia Penal, e com protocolos rígidos de combate a mortes violentas, o ano encerrou com queda de 17% nos homicídios em todo o Estado. Em 2023, foram registradas 1.669 vítimas desse tipo de crime no Rio Grande do Sul, enquanto em 2024 o número de vítimas foi de 1.380 – Bento Gonçalves, por exemplo, registrou 39 homicídios em 2024.
No último ano, o Rio Grande do Sul registrou um índice de 12,29 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2023, o ano havia encerrado com uma taxa de 15,34 homicídios a cada 100 mil habitantes. Na comparação com 2017, pico da série histórica, o RS registrou uma taxa de 26,41 mortes a cada 100 mil habitantes.
Os feminicídios tiveram queda de 15%, passando de 85 mortes de mulheres por questão de gênero em 2023, para 72 em 2024. O crime é um dos mais desafiadores para a segurança pública, por ocorrer predominantemente dentro dos lares.
“Pelo segundo ano consecutivo, temos o ano mais seguro da série histórica, com 2024 quebrando o recorde de 2023. Tivemos redução em todos os indicadores: homicídios, latrocínios, feminicídios e também nos crimes contra o patrimônio. Sabemos que ainda existem problemas, mas é incontestável que estamos no melhor caminho. E é inegável, o Rio Grande do Sul é um Estado mais seguro e a gente vai seguir nessa toada para garantir um Rio Grande próspero e em paz nas ruas”, afirmou Eduardo Leite (PSDB).
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, enfatizou a importância da busca por boas práticas e estratégias integradas para combater os grupos criminosos. “O combate aos homicídios segue a teoria da dissuasão focada, aplicada nos Estados Unidos, estabelecida em sete ações estratégicas em nível operacional. Essa nova estratégia que vem trazendo quedas recordes só é possível em razão da grande integração que temos hoje no Estado, fruto do Programa RS Seguro”, afirmou.
Mapa dos Feminicídios 2024
A Polícia Civil gaúcha divulgou, na terça-feira, 21/01, o Mapa dos Feminicídios referente ao ano de 2024. O documento demonstra a realidade dos números envolvendo feminicídios no Rio Grande do Sul (RS) durante todo o ano passado, quando 72 casos consumados foram registrados. Comparando esse dado com o ano de 2023, houve redução de 15% nos casos.
O Mapa ainda demonstra que 72% dos agressores foram presos ou apreendidos. Até 31 de dezembro de 2024, 79% dos Inquéritos Policiais foram remetidos ao Poder Judiciário. Os registros de feminicídio consumados em 2024 foram registrados em 50 municípios gaúchos, enquanto que em 2023 foram 62 municípios que tiveram registro desse tipo de crime.
Na Serra Gaúcha, eles foram registros em Caxias do Sul (3), Monte Alegre dos Campos (1), Pinhal da Serra (1) e São Marcos (1). Bento Gonçalves não registrou casos em 2024.
O Mapa mostrou que em 84,7% dos casos, o autor foi o companheiro ou ex-companheiro da vítima; 11% dos autores tinham algum parentesco com a vítima; a residência foi o local de 72% dos crimes.
A maioria das mortes foi causada por armas brancas (36,1%), seguida de arma de fogo (33,3%), outras agressões (25%) e por fogo (5,6%). Mais de 72% das vítimas eram solteiras; 48,6% deles tinham apenas o ensino fundamental. A maioria (80,6%) era branca.
Faixa etária das vítimas
De 04 A 11 – 2,8%
De 12 A 18 – 4,2%
De 18 A 24 – 20,8%
De 25 A 29 – 6,9%
De 30 A 34 – 19,4%
De 35 A 39 – 6,9%
De 40 A 44 – 13,9%
De 45 A 49 – 11,1%
De 50 A 54 – 6,9%
De 55 A 59 – 1,4%
De 60 A 64 – 2,8%
De 65 A 69 – 1,4%
De 70 A 74 – 1,4%
Um dado triste comprovado pelo Mapa dos Feminicídios no RS é de que 48 das 72 vítimas eram mães. Cerca de 20 delas tinham filhos com o autor do crime – o pai da criança. Cem pessoas perderam suas mães em decorrência de feminicídio. Mais de 50 eram crianças e/ou adolescentes. Dezesseis filhos perderam mãe e pai para a violência doméstica, em razão de feminicídio seguido de suicídio.
Os dados do Mapa de Feminicídio são oriundos do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), compilados e analisados pela Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV).
Confira o Mapa dos Feminicídios 2024.