Segurança pública em apuros

O rombo ocorrido nas finanças do município está prejudicando também os órgãos de segurança pública. Sem dinheiro em caixa, o Conselho Municipal de Segurança Comunitária (Consecom) não tem como atender às demandas e, conforme o presidente, Luiz Augusto Marques, não há previsão de liberação da verba para este ano, o que compromete compra de equipamentos, conserto de viaturas e poderá inviabilizar por ora o Policiamento Comunitário. 

Segundo o presidente, a verba está bloqueada. “Havíamos recebido solicitação para aquisição de computadores, impressoras e equipamentos a serem instalados na Delegacia da Mulher. Já tínhamos votado em reunião a destinação de verba para conserto de viaturas da Brigada Militar e compra de materiais para a Polícia Rodoviária Estadual. A situação está complicada, pois não temos dinheiro nem para repassar aos policiais que integrarão o Policiamento Comunitário”, destaca Marques. Atualmente são sete viaturas danificadas, duas que ainda têm condição de uso restrita, uma que não possui conserto e outras cinco com problemas diversos, sobretudo relacionados ao motor.

A previsão era de que o projeto de policiamento fosse implantado ainda neste ano em Bento Gonçalves. Com a parte burocrática já encaminhada, o funcionamento dependia apenas da chegada das viaturas, que já foram compradas e pagas. Entretanto, a desorganização administrativa da prefeitura pode comprometer as verbas destinadas ao pagamento de auxílio-aluguel e inviabilizar o projeto por ora. O coordenador do programa, coronel Júlio César Marobin, informou que não recebeu comunicado oficial sobre o problema e que em breve estará na cidade para tratar pessoalmente do assunto. 

Quanto ao possível adiamento da inauguração da Delegacia da Mulher, devido ao atraso na compra dos equipamentos que seriam adquiridos com verbas do Consecom, a delegada Isabel Pires Trevisan afirma que só se manifestará quando for comunicada oficialmente sobre o assunto. Ela diz ainda que caso a compra não seja possível, buscará auxílio de outras entidades para não atrasar a inauguração, que está prevista para acontecer até o final de novembro. A procuradora-geral do município e atual secretária interina de Finanças, Simone Azevedo Dias, foi procurada pelo SERRANOSSA para falar sobre o assunto, mas não retornou a ligação. 

Efetivo ainda mais reduzido

Outro problema que está preocupando os titulares da 1ª e 2ª Delegacias de Polícia (DP) é a possível saída dos estagiários antes do final do ano. Com o tradicional efetivo reduzido nas delegacias, parte do trabalho burocrático e administrativo é feito atualmente pelos estagiários, possibilitando assim que os policiais atuem em serviços de investigação, o que inclui cumprimento de mandados. 

A falta de informações preocupa, já que nenhum documento oficial foi encaminhado ainda aos órgãos comunicando a rescisão dos contratos. “Hoje tenho duas estagiárias, uma funcionária concursada cedida e uma que ocupa Cargo em Comissão (CC). Caso elas deixem de cumprir essas funções, teremos que designar quatro policiais para realizar esse trabalho. Já há acúmulo de serviço e consequentemente haverá queda na produção de inquéritos. Isso significa dizer que os policiais sairão menos às ruas para cumprir seu papel”, alerta o delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª DP. “Esperamos que a situação seja resolvida para não haver maiores problemas. Quem perderá com isso é a sociedade mais uma vez”, desabafa.

A mesma preocupação é compartilhada pelo delegado Leônidas Costa Reis, titular da 1ª DP. “No quadro de funcionários dispomos hoje de quatro estagiários e um CC. Caso eles saiam, o trabalho que eles fazem precisará ser destinado aos policiais, que já se encontram sobrecarregados, devido ao número reduzido de servidores”, relata. 

A delegada Isabel Pires Trevisan, titular do Posto da Mulher e responsável pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), não quis comentar o assunto até ter um posicionamento oficial. 

Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, a desistência da empresa que ganhou a licitação e que gerenciava o contrato dos estagiários é que está causando a incerteza. A garantia dada pelo Poder Público é de que ninguém será retirado do seu posto de trabalho. No início da semana, a assessoria informou que uma nova empresa seria contratada e que a forma de contratação estava sendo analisada em regime de urgência pela Procuradoria-Geral do Município. Na última quinta-feira, dia 25, a informação foi dada como incerta.


Reportagem: Katiane Cardoso


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