Um ano depois da tentativa de reduzir as filas de espera da Fundação Gaúcha de Trabalho e Assistência Social/Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine), outras alterações no sistema de atendimento precisaram ser feitas. A principal delas envolve o agendamento de horários. “Esse foi um ponto que não deu certo. As pessoas marcavam, mas não compareciam”, lamenta o coordenador da agência de Bento Gonçalves, Eugênio Rizzardo. A mudança foi feita em março do ano passado, para evitar não apenas o acúmulo de pessoas em longas filas de espera que se formavam durante a madrugada em frente ao órgão, mas também os problemas decorrentes delas, como a venda de lugares.
A solução foi voltar à forma antiga de distribuição de senhas, entretanto, sem um número máximo de encaminhamentos estipulado. “Hoje distribuímos senhas entre 8h e 10h30 e seguimos até que todos tenham sido atendidos, independentemente de ser fora desse período de tempo. A questão das filas melhorou bastante, mas ainda há os que insistem em vir mais cedo para serem os primeiros. Mesmo assim, antes a espera começava de madrugada, hoje é por volta das 7h”, conta.
O número de solicitações de seguro-desemprego no município ainda continua alto, com uma média de 50 atendimentos por dia. Quem solicita o benefício pela segunda vez em dez anos está sujeito à comprovação de matrícula e frequência em curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, com carga horária mínima de 160 horas. As capacitações são gratuitas e não são, necessariamente, na área em que o trabalhador estava atuando.
Pouca gente
O número insuficiente de colaboradores segue sendo um dos complicadores do dia a dia do Sine em Bento Gonçalves. Até outubro do ano passado, o quadro era formado por seis servidores e dois estagiários. Hoje, o total de funcionários é de seis – uma servidora foi transferida para Veranópolis e um estagiário deixou o setor. Com isso, algumas demandas não chegam a ficar comprometidas, mas exigem mais tempo para serem atendidas. Um exemplo é a confecção de Carteiras de Trabalho e Previdência Social, cujo encaminhamento é feito pela agência de Bento, mas a impressão ocorre em Caxias do Sul. Além da necessidade de realocar um colaborador para a função, existe ainda o atraso ocasionado pelo excesso de demanda na região. “Até o final do ano, o prazo médio para entrega era de 15 dias. Desde janeiro, varia de 20 a 30 dias. Isso quando não há casos excepcionais que demandam análise especial”, diz Rizzardo.
Em entrevista ao SERRANOSSA em outubro do ano passado, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Bento Gonçalves, Neri Mazzochin, informou a intenção da prefeitura de buscar recursos do Estado e da União para a instalação de um posto avançado em Bento, que acelere a produção do documento. A tentativa não avançou até agora.
Se por um lado o quadro insuficiente é um percalço, por outro a equipe tem batido metas no que diz respeito à recolocação de desempregados no mercado, uma exigência cada vez mais forte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em fevereiro, o posto de Bento obteve o primeiro lugar na região em número de colocações. Foram 143 pessoas empregadas. A média de vagas abertas segue sendo de 300 postos de trabalho.
O FGTAS/Sine
A agência da FGTAS/Sine em Bento Gonçalves fica na esquina da rua Marechal Floriano com a Félix da Cunha, no Centro. Das 8h às 10h30, a unidade distribui senhas e realiza encaminhamentos para pagamento do seguro-desemprego (até o horário em que houver demanda). Das 11h às 16h, ocorrem os direcionamentos de interessados para entrevistas de emprego em empresas da cidade. O telefone é o (54) 3452 4824.
Reportagem: Greice Scotton
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