O ano de 2012 é de eleições municipais e, em Bento Gonçalves, os partidos políticos já movimentam-se para definir candidaturas e coligações. O quadro, por enquanto, é de certa indefinição, mas os primeiros protagonistas da disputa já começam a surgir. Levantamento do SERRANOSSA aponta que, hoje, pelo menos seis partidos têm disposição – ou alegam tê-la – de apresentar candidato a prefeito. E três deles têm em comum, segundo representantes consultados pela reportagem, o fato de não quererem aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT), que governa atualmente a cidade.
PT: No PT, segundo o prefeito Roberto Lunelli, as discussões quanto às eleições estão em estágio inicial. O partido ainda não definiu datas para bater o martelo quanto ao candidato à prefeitura e coligações, mas o prefeito é, naturalmente, o candidato provável do partido. Lunelli, evidentemente, quer concorrer à reeleição. “Sou pré-candidato”, diz o prefeito. “Todos os partidos que tiverem interesse em que o nosso projeto continue são bem-vindos”, afirma.
PMDB: O PMDB trabalha com o discurso de retomar prefeituras da região que já foram administradas pelo partido e que agora estão nas mãos de outras siglas, como Bento Gonçalves. Segundo o presidente Luiz Alberto Maioli, há dois nomes prováveis para a candidatura do partido. “O nosso candidato natural é o Gabrielli [o ex-prefeito Alcindo Gabrielli], mas há possibilidade do Postal [deputado estadual Alexandre Postal, atual presidente da Assembleia Legislativa]”, cita Maioli. “A princípio, é o Gabrielli”, enfatiza.
PP: Pode ressurgir nesta eleição o nome do ex-prefeito Darcy Pozza. Segundo o presidente do PP em Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, o partido vem trabalhando com o objetivo de ter um candidato à prefeitura e Pozza teria se colocado à disposição. “Estamos trabalhando, assim como todos os outros partidos, para lançar candidato próprio”, afirma Pasin. “Nós temos nomes para candidatos a prefeito e a vice-prefeito”, garante. Além de Pozza, o próprio Pasin, Roberto Cainelli, o vereador Vanderlei Santos e o ex-vice-prefeito Jauri Peixoto manifestaram vontade de concorrer pelo partido.
PDT: O PDT, segundo o presidente municipal Evandro Speranza, também planeja ter candidato próprio nas eleições majoritárias. “Juarez Piva é o pré-candidato do partido”, revela Speranza. “Ele já colocou o nome à disposição”, destaca. O presidente da Câmara de Vereadores, Valdecir Rubbo, também vem sendo citado como possível candidato do partido, mas, segundo Speranza, hoje o PDT trabalha com o nome de Piva para as eleições.
DEM: O candidato do DEM para as eleições municipais deste ano deverá ser o advogado Adroaldo Dal Mass. Segundo ele, o partido vem conversando com outras agremiações para formar uma coligação para o pleito. Só há uma definição: “não conversaremos com o PT”, afirma Dal Mass. “Sou pré-candidato à prefeitura. Posso ser candidato a prefeito e, se o cenário exigir, candidato a vice”, completa.
PSC: O PSC também quer ter candidato a prefeito nestas eleições. O próprio presidente do partido no município, Elmar Cainelli, deve concorrer. “O que pretendemos é ser mais uma opção”, explica Cainelli. “A princípio, meu nome é o indicado pelo partido para a candidatura à prefeitura.” A sigla, no entanto, vem negociando com PMDB, PPS, PP, PDT, segundo o presidente. “Estamos conversando com todos, menos com o PT”, garante.
PSDB: No PSDB, segundo a presidente municipal Silvia Regina Facchin Meneguz, o cenário ainda é de indefinição. “Ainda estamos em tratativas com outros partidos para a formação de coligações”, explica Silvia. O nome do vereador Gilmar Pessutto, porém, tem sido citado na composição de uma chapa para a majoritária. “Ele seria um candidato natural do PSDB”, confirma a presidente, “mas por enquanto ainda estamos fazendo reuniões com outros partidos para definir as candidaturas para as eleições”, explica.
PR : No PR, a estimativa é que o partido comece a tratar de candidaturas de fato a partir de maio. “As coisas vão começar a fluir depois que passarem estes feriados todos”, afirma o presidente da sigla no município, Valderes Alves da Rosa. O PR, que em 2008 compôs a coligação que elegeu a atual administração, hoje é oposição na cidade. Segundo o presidente, há conversas com outros partidos, como DEM e PMDB. “Estamos com diálogo aberto com todos os partidos, exceto o PT”, enfatiza.
PPS: O PPS, no início da semana, aguardava uma reunião com o prefeito Roberto Lunelli para começar a definir os rumos do partido nas eleições municipais. Segundo o presidente do partido e vice-prefeito, Gentil Santalucia, até dialogar com o PT, o partido não terá nenhuma definição quanto à majoritária.
PSB: O PSB, após um período de baixa atividade em Bento Gonçalves, quer voltar ao cenário político em 2012. “O partido ficou parado por alguns meses e agora está sendo reorganizado”, explica o presidente Zilmar Baggio. “Estamos conversando com outros partidos e estamos dispostos a concorrer”, avisa.
PRB: O PRB decidiu, segundo informações do vereador e presidente municipal Marcos Barbosa, concentrar-se no crescimento do partido na eleição proporcional em 2012. “O PRB, a princípio, não vai colocar nenhum nome na majoritária”, confirma Barbosa. “Vamos compor com outros partidos para a proporcional”, estima.
PCdoB: O PCdoB negocia com outros partidos, mas não deve encabeçar uma chapa na disputa pela prefeitura. “A princípio, apesar de termos nomes, não teremos candidato”, afirma o presidente municipal Luiz Fernando Ferreira. “Mas estamos participando de conversações a respeito da composição de uma chapa para a majoritária. Estamos vendo como está se desenhando o cenário na cidade”, informa.
Chapas de 2008 não devem se repetir
Nas últimas eleições municipais, em 2008, duas chapas disputaram a prefeitura de Bento Gonçalves. A vitoriosa, encabeçada por Roberto Lunelli, era composta por PT, PPS e PR. A outra chapa, do candidato Alcindo Gabrielli, tinha PMDB, DEM, PP, PDT, PRB, PSDB, PCdoB, PTB, PV e PSB.
Com as movimentações atuais dos partidos, a possibilidade da repetição dessas alianças é remota. Da chapa vitoriosa, o PR já avisou que não quer conversa com o PT. E na chapa derrotada, a disposição de alguns partidos de terem candidatos próprios à prefeitura sugere que haverá um número maior de coligações em 2012. Porém, é unanimidade entre os partidos: é tempo de negociar, não de definir candidaturas. A tendência, portanto, é que o cenário ainda se modifique até a data limite para o registro das candidaturas, em 5 de julho.
Outros partidos
O SERRANOSSA tentou contato ao longo da semana com PTB, PRP PSL, PMN e PHS, sem sucesso.
Reportagem: Eduardo Kopp
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