Cargas espalhadas pela pista, trânsito lento ou parado, transtornos para a população e motoristas. Essas situações estão se tornando comuns nas estradas da Serra Gaúcha. Caminhões tombados têm preocupado as autoridades e quem circula pela RSC-470, que corta Bento Gonçalves, e pela ERS-446, na rota que leva a Porto Alegre.
Isso porque, somente nesses locais, seis casos já foram registrados no mês de janeiro e nos primeiros dias de fevereiro de 2015. No ano passado, no mesmo período, não houve nenhum registro, segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Ao longo de 2014, entretanto, 44 caminhões tombaram na área atendida pelo Batalhão Rodoviário da Brigada Militar (BRBM).
De acordo com o capitão Evandro José Flores, comandante da 1ª Companhia de Polícia Rodoviária, um conjunto de fatores contribui para que este tipo de acidente aconteça. Segundo ele, boa parte dos motoristas envolvidos nos tombamentos não conhece ou pouco circula pelas sinuosas rodovias da Serra.
Além disso, mesmo que o caminhão respeite o limite máximo de velocidade, que varia de 60km/h a 80km/h, em muitos casos, os veículos têm cargas que não suportam esse limite. “Muitas vezes, o caminhão nem está acima da velocidade permitida pela lei, mas está acima do que a carga comporta”, afirma.
O capitão alerta ainda que os motoristas devem parar a cada três ou, no máximo, quatro horas para conferir as amarras das cargas. “É normal que depois de um tempo de viagem, com a trepidação, especialmente provocada pelas condições das estradas, as amarras se afrouxem. Então, é essencial que o motorista confira sempre, principalmente, antes de subir ou descer uma serra”, alerta.
Para evitar que acidentes aconteçam, a polícia tem intensificado ainda mais a fiscalização, especialmente neste período de safra de uva e grande fluxo de caminhões. “É necessário que os motoristas tenham atenção. Geralmente, os acidentes acontecem justamente quando os veículos saem do alcance da fiscalização da polícia”, conclui o comandante.
Reportagem: Raquel Konrad
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