Seja Cidadão

É comum as pessoas se sentirem impotentes diante do poder. É comum as pessoas se sentirem acoadas por quem detém o poder. É comum as pessoas se sentirem menores e inferiores em relação aqueles que elas acham que, por estarem no exercício do poder,  são superiores a elas, a tais de “pessoas comuns”.

Fomos “ensinados” a ter medo do poder. Talvez os anos de chumbo que nossos pais viveram tenham feito de muitos de nós esses indivíduos temerosos, uns não cidadãos por não termos, então, coragem de exercer um dos nossos direitos de cidadania: fiscalizar e denunciar aqueles que, no exercício do poder, queiram se aproveitar dos bens públicos.

É certo que não é fácil enfrentar o poder. É certo que muitas vezes nos sentimos sós numa luta que deveria ser de todos. É certo que muitas vezes estamos sós mesmo.  Mas o que fazer? Ser assim? Continuar assim? Talvez seja nas horas de reflexão sobre isso que devamos nos lembrar que a maior punição dos bons vem quando deixam os maus tomarem conta.

Foi por isso que, nesta semana, participei, na condição de testemunha, de oitiva em procedimento sigiloso em parceria entre o Ministério Público de Bento Gonçalves, conduzido por um dos Promotores Públicos locais, Dr Alécio S. Nogueira, e a Procuradoria de Prefeitos, em que se apuram fatos referentes à atual administração municipal de Bento Gonçalves, os quais ainda não podem ser divulgados.  E fiquei honrado em poder contribuir para que se apure certos acontecimentos e, se provados como ilegais, que os responsáveis sejam punidos.

Não há outra maneira de depurar o poder, de fazer com que aqueles que o exercem sem entender voluntariamente que apenas estão a serviço da sociedade, entendam “à força” que os cidadãos não são fantoches a serem usados em época de eleição e, depois, tratados como se nada fossem.

Os cidadãos, dentro do conjunto da sociedade, devem definitivamente ver e entender que são maiores do que meia dúzia temporariamente investida numa função de comando administrativo público, seja numa cidade, num Estado, ou no país. E isso porque o mundo civilizado e democrático ainda não descobriu uma maneira de melhorar seu meio senão com a participação popular na vigilância do poder que às vezes os oprime.

Uma coisa é certa: está na hora de deixar o medo de lado, está na hora de exercermos nossos direitos contra o poder déspota e gafanhotesco, está na hora de ensinarmos nossos filhos a não ter medo do poder, está na hora de ensinarmos a nós mesmos que somente o exercício pleno da cidadania pode nos levar a uma sociedade mais equilibrada e  justa.

Quem sabe, portanto, cada um de nós perca o medo e faça sua parte: questione a autoridade, confronte a autoridade, opine sobre a autoridade, ajude a autoridade, para que quando ela esteja certa e fazendo o bem possamos elogiá-la; e, quando ela esteja errada e desvirtuada, possamos vê-la punida.

 

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