Sem fome de suplementos

Os pais devem ficar atentos aos hábitos alimentares dos filhos, mas precisam saber que comer em excesso não é sinônimo de saúde. Antigamente era comum ver na televisão produtos que prometiam, por exemplo, deixar a criança com “fome de leão”. Mas não se pode exagerar. De acordo com a nutricionista Fernanda Allgayer Maciel, de Caxias do Sul, alguns pais imaginam que a criança deva ingerir a mesma quantidade que eles comem, o que é um erro e esquecem que tanto o estômago quanto as necessidades da criança são bem diferentes das de um adulto.

Segundo a nutricionista, o sinal de alerta para problemas com alimentação surge quando o crescimento, desenvolvimento, hábitos alimentares e resultados de exames laboratoriais da criança estiverem fora da normalidade. “A falta de apetite verdadeira caracteriza-se por ingestão alimentar insuficiente para as necessidades nutricionais, baixo peso em relação à altura e diminuição do ritmo de crescimento”, descreve Fernanda. Ela acrescenta que, nesses casos, a suplementação pode tornar-se bastante útil, mas é preciso consultar um especialista. “Não se deve comprar suplementos sem indicação profissional”, ressalta.

As crianças costumam ter uma fase em que, naturalmente, sentem menos fome. “A fase pré-escolar é caracterizada pela diminuição da velocidade de crescimento e, portanto, diminuição do apetite”, esclarece. Provavelmente, conforme a nutricionista, a falta de interesse pela alimentação nessa fase ocorre também em decorrência da atenção da criança estar desviada para outras atividades.

A criança deve fazer refeições balanceadas, para que os pais não precisem buscar outros recursos para suprir as necessidades dos pequenos. Para Fernanda, uma alimentação saudável e equilibrada, que forneça os nutrientes necessários à criança, é suficiente. O uso de suplementos vitamínicos sem a necessidade e devida orientação pode, ao invés de ajudar, prejudicar a saúde da criança. “Pode haver reações de toxicidade devido ao excesso de um nutriente”, alerta a nutricionista.

Ela explica que o ambiente onde a criança come também pode influenciar no apetite. “Um ambiente agitado, com muito barulho e televisão ligada pode deixar a criança agitada e atrair a atenção dela para outras atividades que não a refeição. O ideal é que o ambiente seja calmo, tranquilo e agradável”, destaca.

O que são estimulantes?

Os estimulantes de apetite são, de acordo com a nutricionista, aqueles suplementos vitamínicos e minerais que corrigem a deficiência de nutrientes no organismo da criança e, consequentemente, estimulam o apetite. São indicados apenas quando realmente ocorre a deficiência, e devem ser receitados pelo nutricionista ou pediatra.

 

Francine do Nascimento Ghiggi

 

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