Semana marcada por incêndios e solidariedade

Apesar de ser considerada uma época atípica para incêndios, a primeira quinzena de janeiro teve três ocorrências deste tipo em Bento Gonçalves, sendo duas registradas em menos de 12 horas. Os casos mais graves atingiram duas moradias, uma no bairro Santa Marta, que provocou a morte de um adolescente de 14 anos, e outra no bairro São Roque. Apesar da tragédia, as famílias buscam na ajuda da comunidade forças para recomeçar a vida e reconstruir o que o fogo, em poucos minutos, destruiu.

O sinistro na madrugada de quarta-feira, dia 16, devastou completamente uma moradia localizada na rua Liberato Pereira, loteamento Cembranel, no bairro São Roque. O fogo teria iniciado por volta das 3h, quando não havia ninguém no interior da residência. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, ao chegar no local, o fogo já havia se alastrado e consumido a parte superior, construída em madeira. Para combater as chamas, foram gastos cerca de 11 mil litros de água. Além dessa, outra residência foi parcialmente atingida, onde foram danificados forro, cobertura, janelas, sofá e um colchão de casal.

Ao ser informado, o proprietário da casa onde o sinistro começou tentou apagar as chamas e sofreu queimaduras no corpo, mas sem gravidade. Ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Presídio

Além dos dois registros em residências, outros dois no Presídio Estadual de Bento Gonçalves ocorreram desde o início do ano. No dia 2 de janeiro, um princípio de incêndio na sala disciplinar do regime fechado foi rapidamente controlado pelos servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Treze dias depois, por volta das 13h50, um novo incêndio, desta vez no albergue 4, que abriga detentos do regime semiaberto, causou a destruição de 25 das 57 camas que havia no local, além de diversos colchões, cobertores e objetos pessoais dos apenados. No momento do ocorrido, 15 pessoas estavam no interior da cela, mas ninguém ficou ferido.

Segundo o diretor do presídio, Volnei Zago, os detentos afirmaram que o sinistro teria sido causado por um curto circuito. “Somente após o resultado da perícia é que poderemos afirmar como tudo começou. O levantamento foi realizado no início da noite de terça-feira, dia 15, e ainda não tem prazo para ser concluído. Os detentos que estavam no local no momento em que as chamas começaram permanecerão à disposição durante a averiguação das causas e não poderão deixar a penitenciária durante dez dias. Uma investigação interna também será realizada”, destaca Zago. Os prejuízos ainda não foram calculados.

Ao todo, o presídio da cidade abriga 99 presos do regime semiaberto, dos quais 49 dormiam no albergue atingido pelo fogo. Na terça e quarta-feira, eles foram dispensados de comparecer na penitenciária, mas voltaram a ficar alojados na noite de quinta-feira, dia 17. A realocação ocorreu após a realização de reparos na parte elétrica e hidráulica e da colocação de beliches e colchões novos. Conforme o diretor, essa foi a primeira vez na história do presídio que um fato como esse aconteceu no albergue.

No mesmo local, na manhã de segunda-feira, dia 14, – um dia antes do incidente – agentes da Susepe encontraram três celulares e quatro buchas de cocaína durante uma revista de rotina. Apesar da coincidência das datas, Zago descarta a possibilidade de ligação entre os dois fatos.

Solidariedade

Amigos e familiares do adolescente autista Marcus Aurélio de Sousa Bueno, que faleceu durante um incêndio no dia 3, no bairro Santa Marta, estão realizando um mutirão para reconstruir a casa da família, que perdeu quase todos os pertences. No último final de semana, a prefeitura cedeu um caminhão que possibilitou a retirada dos escombros do local e o momento agora é de reconstrução. Mas, para tanto, eles ainda necessitam da doação de materiais de construção, como cimento, tijolo, areia, madeira e ferro, entre outros. Nilson Rigo, vizinho da família, está realizando a coleta das doações. O contato pode ser feito através dos telefones (54) 3451 5530 ou 9975 8093.

As famílias atingidas no bairro São Roque também necessitam de ajuda. Móveis, materiais de construção e roupas podem ser doados. O agendamento da entrega e a obtenção de mais informações sobre as necessidades das vítimas podem ser feitos através do telefone 9664 6979, com Sirlei.

Reportagem: Katiane Cardoso


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