Seminário da Casa Brasil propaga conhecimento

Muito mais do que uma mostra de design, a Casa Brasil 2011 se apresenta como uma fonte de cultura e informação em diversos aspectos, principalmente no Seminário Internacional, onde foram debatidos temas de interesse social. O encontro foi ministrado por grandes talentos, especializados em design, artesanato, pesquisa de novos materiais e sustentabilidade, com significativa participação do público, que lotou as salas onde ocorreram as palestras.

O arquiteto suíço radicado na Itália, Riccardo Blumer, abriu o Seminário Internacional da Casa Brasil na terça-feira, dia 3, falando que considera as cidades brasileiras como ilhas em meio à natureza. “Isso é fascinante, especialmente para quem é designer, porque o design não é desenhar móveis e sim a transformação da natureza em coisas que nos sirvam”, disse.

No mesmo dia, o designer Renato Imbriosi também palestrou no seminário. Para ele o design aplicado ao artesanato proporciona renda às comunidades, utilizando a matéria prima e a vocação local. “Minha avó costureira me inspirou e aos 14 anos fiz o primeiro tear para trabalhar com as sobras dela”, revela. Ao final da palestra, artesãs de cinco estados brasileiros desfilaram suas criações no palco e foram muito aplaudidas.

Na quarta-feira, dia 4, foi a vez do designer alemão Konstantin Grcic, conhecido por apostar na simplicidade para construção de seu trabalho. Ele indica aos profissionais que se permitam criar livremente sem compromisso com o sucesso. “Não são todos os produtos que fazem sucesso, temos que arriscar para consegui-lo se permitindo simplesmente criar”. Grcic diz que os designers industriais, assim como ele, podem se permitir fazer arte algumas vezes. “Mesmo que se faça um objeto de arte somente uma vez, ele vai fazer parte da história para sempre”.

O brasileiro Fred Gelli, diretor da Tátil Desing de Ideias, que criou o logo dos Jogos Olímpicos Rio 216, encerrou o ciclo de palestras do seminário. Com foco em sustentabilidade, o especialista ministrou sua palestra sugerindo um novo ciclo comercial, onde todos ganham, como ocorre na natureza. “Temos que substituir o consumir pelo desfrutar, dividindo e compartilhando mais as coisas”, sugere.

Outra ideia defendida pelo designer é a de fazer as coisas em conjunto, como ocorreu com o selo dos jogos olímpicos da empresa dele, onde o desenho escolhido foi o que teve maior participação coletiva. Ele citou o projeto do novo carro da Fiat, que contou com a participação de 15 mil internautas na criação, como exemplo. “Temos que mudar os valores deixando de lado a vaidade de dizer “eu sou o autor” e criar coletivamente algo melhor”, disse.  

A curadora da Casa Brasil Maria Helena Estrada, presente na palestra diz que este conceito, deveria servir de base para escolas de design e posteriormente ser inserido no ensino fundamental brasileiro.

Alexandra Duarte

 

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