Senado aprova prorrogação do prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda

O Senado aprovou nesta terça-feira, 06/04, o projeto de lei que prorroga até o dia 31 de julho o prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda 2021 (relativo ao ano anterior) em razão da pandemia. No entanto, fica mantido o cronograma para a restituição do Imposto de Renda, com o primeiro lote previsto para 31 de maio, seguindo até 30 de setembro.

O prazo atual para a entrega da declaração do imposto de renda de pessoas físicas termina em 30 de abril. A proposta aprovada pelos senadores, além da prorrogação e de manter o calendário da restituição,  estabelece que o recolhimento da cota única ou das cotas vencidas de Imposto de Renda não poderá sofrer acréscimo de juros ou penalidade até o novo prazo.No ano passado, a prorrogação foi de 60 dias, em decisão da própria Receita Federal.

O projeto volta para a Câmara dos Deputados, já que os senadores aprovaram o texto com alteração. Somente depois poderá ir para a sanção do presidente Jair Bolsonaro. O relator da proposta do Senado, Plínio Valério (PSDB-AM), incluiu em seu texto um mecanismo para impedir que o pagamento parcelado em até seis vezes do imposto não seja quitado apenas em 2022. 

A emenda incluída e aprovada afirma que "excepcionalmente, em relação ao exercício de 2021, ano-calendário 2020, se da declaração de rendimentos apresentada no prazo de que trata o § 6º deste artigo restar saldo do imposto a pagar, o valor poderá ser parcelado em até 6 (seis) quotas iguais, mensais e sucessivas, devendo a última quota ser paga até o último dia útil do exercício".

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que a prorrogação na entrega da declaração do Imposto de Renda vai ter um impacto de R$ 13,2 bilhões no fluxo de arrecadação. Por isso, argumenta, existe a possibilidade que o presidente Bolsonaro vete a medida.

A multa para o contribuinte que não fizer a declaração ou entregá-la fora do prazo será de, no mínimo, R$ 165,74. O valor limite para a cobrança da penalidade é de 20% do imposto devido.A expectativa da Receita é que sejam entregues 32 milhões de declarações neste ano, número similar ao do ano passado. Segundo o fisco, desse total, 60% devem ter direito à restituição. A estimativa é que 21% não tenham imposto a pagar ou restituir, enquanto 19% deverão pagar imposto.?

Quem deve declarar?

São obrigados a declarar o Imposto de Renda todos aqueles que, em 2020, tiveram renda tributável superior a R$ 28.559,70 ou renda isenta não tributada ou tributada na fonte acima de R$ 40 mil. Também devem declarar quem tinha, em 31 de dezembro do ano passado, posse de bens ou direitos de valor total superior a R$ 300 mil, entre outros casos.?

Auxílio Emergencial

Neste ano, contribuintes que receberam parcelas do auxílio emergencial em 2020 e tiveram rendimento tributável superior a R$ 22.847,76 no ano serão obrigados a devolver o valor do benefício. A regra está prevista na lei que instituiu o auxílio, aprovada pelo Congresso em março do ano passado. Caso dependentes desses contribuintes tenham recebido a assistência, esses valores também precisarão ser devolvidos. O informe de rendimentos com os valores do auxílio emergencial está disponível no site do Ministério da Cidadania.