Serra debaterá planejamento regional

Ao retornar da missão técnica de uma semana no Chile, os prefeitos da Serra Gaúcha trouxeram na bagagem um novo aprendizado que pode significar o início de um processo de integração regional. É essa pela menos a proposta a que deve se dedicar a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), que pretende retomar o tema e avaliar a experiência conhecida pelos chefes de Executivos municipais em reunião que será realizada ainda neste mês.

Um dos pontos mais importantes entre os que devem ser defendidos pela entidade é a fortalecimento da condição de unidade entre os municípios, especialmente em temas que podem alavancar a região de forma mais competitiva, como a produção vitivinícola. “O que mais chamou a atenção é que eles vendem uma marca, que é o Chile. E nessa estão juntos governo, empresas e produtores”, afirma o presidente da associação e prefeito de Santa Tereza, Diogo Segabinazzi Siqueira.

A presença mais próxima de técnicos para auxiliar as famílias que vivem da agricultura também chamou a atenção de Siqueira. Há pelo menos um profissional para atender, em média, a cada 70 propriedades. Como exemplo da diferença com relação à realidade vivenciada por aqui, ele cita a proporção na própria cidade que administra, que é de 1 técnico para cada 400 famílias. “Nesse aspecto, eles estão muito a frente. Por isso, nós temos que ver o que deu certo lá e começar a engatinhar, iniciar um planejamento a longo prazo. A única saída é pensar regionalmente. Fica difícil trabalhar uma questão assim em nível estadual ou nacional, porque sabemos que a Serra nunca foi prioridade dos governos”, analisa.

O presidente da Amesne destaca que um dos caminhos a serem seguidos é a busca de parcerias com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), para começar a traçar um panorama da região, principalmente, no que se refere ao cultivo de uva e à fabricação de vinho. O objetivo inicial é conhecer de forma mais profunda a situação local e, a partir de então, definir metas para impulsionar futuras ações, como medidas para potencializar algum produto específico que beneficie o bloco regional. “O primeiro passo é ter dados estatísticos. Hoje, a gente não sabe o que produz e nem o que vende. Não temos identidade”, conclui Siqueira.

Central e vinícola

Uma das visitas realizadas pelo grupo que viajou ao Chile foi à Central de Abastecimiento Lo Valledor, local que concentra mais de 1,5 mil feirantes e por onde passam cerca de 30 mil pessoas por dia em busca de hortifrutigranjeiros. No mesmo dia, os representantes das cidades serranas também conheceram a Vinícola Emiliana, onde se aproximaram do processo de plantação de uvas sem a utilização de aditivos químicos, que são substituídos por produtos de origem biológica. Um dos compostos usados, por exemplo, é produzido a partir de folhas de uva, caules, ramos, matéria vegetal residual e esterco animal. 

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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