Serra Gaúcha vai ganhar nova ciclovia com foco no “Desvio da Cerveja”

Ciclovia, construída com o objetivo de fomentar o turismo, terá 11 quilômetros de extensão, desde a área urbana de Farroupilha até as divisas com Carlos Barbosa e Garibaldi

Foto: Prefeitura de Farroupilha/Divulgação

Ciclistas de toda Serra Gaúcha, além de turistas que praticam o ciclismo, vão ganhar um novo espaço para a prática do esporte. Desde o início de janeiro, uma ciclovia está sendo construída na Região.

Com onze quilômetros de extensão, a rota “Desvio da Cerveja” vai da área urbana de Farroupilha até as divisas com os municípios de Carlos Barbosa e Garibaldi.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Farroupilha, Regina Célia Ducati, serão investidos R$ 3,27 milhões do Governo do Rio Grande do Sul e R$ 4,91 milhões da prefeitura, totalizando R$ 8,18 milhões no projeto.

A ciclovia contará com canteiro ou barreira, além de passeio público, visando à segurança da trafegabilidade e mobilidade de ciclistas e pedestres. No trecho também haverá 275 postes com luminárias em led.

Ainda de acordo com Regina, a extensão total da ciclovia será de 8.639 metros. “A ciclovia será bidirecional com 3,50 metros de largura, em alguns pontos críticos haverá redução para 3,00 a 2,50 m, em revestimento asfáltico”, explica.

A chefe da pasta afirma que depois da pandemia de COVID-19, ficou evidente a procura por ambientes ao ar livre, além de esportes dentro deste contexto. Além disso, ela afirma que a intenção da construção é fomentar o turismo. “Estaremos, em seguida, lançando duas rotas de cicloturismo que são em vias do interior”, revela.

O prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin, afirma que a decisão da construção da ciclovia foi baseada em pesquisas. “O ciclista é considerado o turista com um dos maiores tickets médio do mundo, eles vêm com a família, em grupos de amigos, se hospedam e ficam mais tempo e, como disse, tem um capital financeiro de investimento maior do que o turista normal”, aponta.

Feltrin também afirma que Farroupilha é referência no ciclismo. “Já tivemos parceria com o Grand Fondo New York de Bento Gonçalves, onde tivemos um dos maiores circuitos amadores do mundo e estamos trabalhando essa rota Desvio da Cerveja que fica entre Farroupilha, Garibaldi, Carlos Barbosa, unindo os municípios para que a gente possa ter junção de esforços, atrair turistas para nossa região”, destaca.

O prefeito também acrescenta que acredita que este tipo de turismo é atrativo aos visitantes. “Além disso, cabe bem com a característica que tem nossa região de belezas naturais, é realmente um programa seguro para o futuro do turismo da nossa região”, finaliza.

Opinião dos ciclistas

Embora seja morador de Bento Gonçalves, Bruno Ghiggi pedala há cinco anos por toda região. Para ele, a obra deve servir de exemplo para outros municípios do entorno. “Eu acho ótimo e que as empresas/cidades por perto deveriam se espelhar nisso, como Bento Gonçalves que ‘não tem’ ciclovia”, analisa.

O ciclista acrescenta que, quando pronta, é importante que a ciclovia se mantenha utilizável. “Por exemplo, quando tinha aquele trecho nos Caminhos de Pedra, era pura pedra e sujeira, impossível de passar de bicicleta, com risco de furar os pneus”, afirma.

O ciclista Lúcio Dalmas, também morador de Bento Gonçalves, acredita que a obra é de importância relevante, pelo estímulo do esporte, mas principalmente para quem está iniciando no ciclismo. “Nossas estradas são muito precárias para a prática do ciclismo, por não terem acostamento e serem estreitas, de via simples, como é o caso desta. Para os iniciantes será uma ótima opção de trajeto e cicloturismo”, avalia.

Além disso, Dalmas acrescenta que este trajeto é muito utilizado pelos ciclistas da região. “Pois nos permite andar quilometragens maiores, seja pelo ciclismo de estrada que utiliza somente o asfalto, seja pela Mountain Bike que utiliza os estradões, na volta da barragem, e que acabam saindo nesta região do Desvio Blauth e Nova Sardenha, então sim, vamos utilizar esta ciclovia, certamente”, garante.

Já o ciclista Roberto Pinheiro, morador de Garibaldi, acredita que quem faz pedal para passear vai gostar, enquanto quem pedala para treino, vai continuar utilizando o asfalto. “Em horário de pouco movimento vai ser legal, porque 11 km sem ter que dividir a faixa com automóveis é mais seguro”, avalia.