Setor vitivinícola condena boicote aos vinhos

Reunidas no auditório do Centro da Indústria e Comércio (CIC) de Bento Gonçalves, na manhã da última quinta-feira, dia 5, entidades representativas do setor vitivinícola condenaram o boicote promovido por alguns chefs de cozinha, restaurantes e lojas contra os rótulos nacionais. “O boicote, na verdade, sempre ocorreu, só que de forma velada. Agora, pelo menos, está escancarado”, afirmou o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani. “É interessante notar que os poucos restaurantes que anunciam o boicote e até mesmo algumas lojas de vinhos confessam que trabalhavam com menos de 5% de vinhos brasileiros. Isso já não é um boicote, não é uma interferência à liberdade dos consumidores decidirem por um vinho brasileiro?”, questiona Paviani.

Foi unânime entre as vinícolas e as entidades presentes que a prática do boicote ao vinho brasileiro é uma atitude apressada e injusta. “O boicote é precipitado porque o pedido de salvaguarda aos vinhos brasileiros está em análise no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)”, alertou o diretor-executivo da Agavi (Associação Gaúcha dos Vinicultores), Darci Dani. Ele lembrou que o processo de análise da salvaguarda ao vinho brasileiro está em aberto para receber todas as manifestações contrárias. “A conclusão só será dada em alguns meses, após amplo período de debates”, salientou. Para Dani, o boicote é injusto porque se adianta a um resultado ainda desconhecido e também por prejudicar milhares de viticultores do Brasil e suas famílias, que fornecem uvas para as grandes, médias e pequenas vinícolas nacionais.

O diretor-executivo da Fecovinho (Federação das Cooperativas do Vinho), Hélio Marchioro, disse que as ameaças e pressões comerciais, que pretendem restringir a presença dos rótulos brasileiros no mercado, só aumentam, comprovam e justificam ainda mais a necessidade de implantação das medidas de salvaguarda. “Independentemente das interpretações equivocadas divulgadas nos últimos dias, baseadas no desconhecimento, na falta de informações e na má-fé, o setor vitivinícola brasileiro está cada vez mais unido”, ressaltou.

Além das quatro entidades que entraram com o pedido de salvaguarda junto ao MDIC – Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a Federação das Cooperativas do Vinho (Fecovinho) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho) – outras entidades se manifestaram favoravelmente à medida. São elas: Associação Brasileira de Enologia (ABE), Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos), Vinhosvasf (Instituto do Vinho Vale do São Francisco), Apromontes (Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Garibaldi, Farroupilha, Flores da Cunha e Nova Pádua, Comissão Interestadual da Uva, Agevin (Associação Gaúcha dos Engarrafadores de Vinhos), Afavin (Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados), Asprovinho (Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira) e a Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha. Dezenas de representantes de vinícolas brasileiras que elaboram vinhos finos estavam presentes no encontro.

 

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