Setor vitivinícola prevê aumento de 10% nas vendas
A tendência de maior volume de vendas no último trimestre do ano no setor vitivinícola deve se confirmar em 2015. Mesmo com o fator adverso da crise econômica nacional, o setor contabiliza diversos pontos a favor ao longo do ano e prevê um incremento de 10% na comercialização em relação ao mesmo período de 2014, o que totaliza cerca de 20 milhões de litros.
O aumento no consumo segue o ritmo dos primeiros meses do ano: até setembro, houve 7,2% de crescimento nas vendas em geral. Os espumantes continuam em destaque no mercado nacional, com acréscimo de 20,4% em relação ao ano passado, e devem ser o produto mais procurado para as festas de final de ano. O suco de uva, com seus benefícios cada vez mais conhecidos em âmbito nacional, também deve permanecer em ascendência.
A alta do dólar ajuda a compor um cenário mais favorável para a competitividade dos produtos brasileiros em relação aos de fora, considerados o maior entrave para a cadeia local. “O que muda é que os compradores voltam a enxergar nossos vinhos como produtos mais competitivos em relação aos importados. Porém, devemos também levar em conta que muitos trabalham com margens elevadas e outra parcela de lojistas ainda tem produtos em estoque e pode adiar o repasse do aumento para o consumidor”, avalia o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá.
A participação dos produtos importados tem se mantido estável nos últimos cinco anos, com uma média de 75% da fatia do total de vinhos finos comercializados. Em exposição do panorama vitivinícola nacional no Congresso Brasileiro e Latino-Americano de Viticultura e Enologia, na última quarta-feira, dia 4, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, avalia como positivo o crescimento do mercado como um todo. De 2013 para 2014, o acréscimo no segmento foi de 8,7%.
Alíquota do IPI
Desde que foi anunciada pelo Governo Federal, em setembro, a medida que altera a tributação de bebidas quentes tem preocupado o setor. A Medida Provisória 690/15 determina que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre bebidas como cachaça, vinho, uísque, vodca e rum passe a ser calculado com uma alíquota de 10% sobre o valor do produto, o que deve encarecê-lo nas prateleiras a partir de 1º de dezembro.
O Ibravin aguarda, agora, a conclusão de um relatório da entidade para tentar negociar uma nova alíquota. “Concordamos com a medida, já que todos pagarão o mesmo percentual, mas não com essa taxa. Nossa expectativa é reduzi-la para 5% e que a vigência inicie somente em 2016”, afirma o diretor executivo do instituto, Carlos Paviani. O setor ainda deve ser afetado por mais reajustes de tributos, desta vez estaduais, em janeiro.
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