Silon Júnior próximo do 100º gol pelo BGF
A quatro dias de se apresentar ao Pato Branco (PR), no início de 2010, Silon Júnior recebeu uma ligação informando que o clube fecharia as portas. As expectativas de jogar no Paraná, portanto, acabaram rapidamente esvaziadas. Sem clube, decidiu aceitar convite do BGF para disputar um torneio em Antônio Prado. Dependendo da atuação, seria contratado, e o destino acabou sendo bastante generoso com o jogador. Ele não só foi efetivado no elenco, como balançou as redes 94 vezes nos 18 meses em que permaneceu no clube, quando liderou a modesta esquadra de Bento à surpreendente classificação à decisão de turno na Série Ouro. Foram os dias mais inspirados da carreira de Silon, que o tornaram artilheiro daquela edição do Estadual e o impulsionaram a clubes como Joinville, Atlântico e Umuarama, todos da elite nacional.
Agora, quase três anos depois, ele está de volta à cidade que o revelou para o salonismo nacional e onde os efeitos da excepcional primeira passagem perduram. Aos 28 anos, o pivô já marcou quatro vezes em seis jogos nesta temporada e está a dois tentos de alcançar a expressiva marca de 100 gols pelo clube, um feito que possivelmente não será superado tão cedo.
Nessa entrevista ao SERRANOSSA, ele fala sobre a trajetória que o levou aos 98 gols, a expectativa de alcançar o 100º e a importância da marca para a carreira.
Você está ansioso para alcançar os 100 gols?
Ansioso não, porque eu sei que mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Mas é algo diferente, hoje em dia a gente sabe que não são muitos os jogadores que conseguem chegar a essa marca em um mesmo clube. E eu não sei se eu chego a ter 100 jogos pelo BGF, então uma média tão boa assim é algo especial, ficará marcado na minha carreira e na minha vida. Não sei se vou ter uma oportunidade como essa em outro lugar.
Quando vestiu a camisa do BGF pela primeira vez, imaginava chegar a tanto?
Não, não imaginava. Quando cheguei ao BGF ambicionava fazer um bom ano, mas as coisas foram acontecendo. Eu sempre fui um cara de fazer gols nos times em que joguei, é uma característica minha, mas nunca havia sido goleador. No BGF foi diferente, foi onde eu consegui me consolidar como goleador. Em alguns jogos fiz quatro, cinco gols. A pontaria estava afiada. Além disso, é um esporte coletivo, e o time estava bem, estava certo, as coisas estavam conspirando a favor.
O que essa marca representa para a sua carreira?
Muita coisa, não é qualquer atleta que consegue chegar a uma marca como essa por um mesmo clube. Sem dúvida nenhuma vai ficar para a posteridade na minha vida, até por ser pelo BGF, um clube por qual tenho muito carinho, foi onde eu consegui aflorar mais o meu potencial. Quando o cara é novo, sempre sonha em jogar no mais alto nível possível, primeiro nacional e, consequentemente, internacional. Antes do BGF eu tinha feito bons anos, mas não a ponto de chamar a atenção de outros clubes que me possibilitassem realizar o sonho de jogar uma Liga Nacional. O BGF foi o clube que me credenciou a isso, onde eu tive a visibilidade para jogar a Liga.
Por quais motivos você considera que as coisas deram tão certo no BGF?
Acho que são vários fatores, não há uma receita. Tanto em 2010, quando chegamos à semifinal da Série Prata; como em 2011, quando alcançamos a final de turno na Ouro, o time era muito competitivo e a bola sobrava a todo o momento, porque o time possibilitava isso. E também tem um encaixe, o que o Vaner (Flores, treinador) pensa de futsal é a mesma coisa eu penso, e isso me deixa muito à vontade e me dá confiança para jogar.
O time estava afinado, mas o seu aproveitamento nas conclusões era fantástico…
Verdade, de cada cinco finalizações, três eram gols (risos). Às vezes as coisas conspiram, tem coisas que não tem muita explicação, tanto para o bem como para o mal. Nesse caso, foi para o bem.
Dos 98 gols, tem algum que você considera especial?
Tiveram alguns, mas o que eu mais lembro é o da semifinal do primeiro turno da Série Ouro 2011, contra a Assaf. A gente estava ganhando por 3 a 2 e eu fiz o quarto gol, por cima do goleiro. Foi um gol bonito e a importância também foi de grande valia, porque naquelas circunstâncias, a Assaf estava pressionando. Além de ser um gol bonito, nos deu a tranquilidade de passar para a final. Pela competitividade da Série Ouro, deixar para trás Atlântico, Assoeva e chegar a uma final pelo BGF foi bem importante. O ginásio estava cheio, acho que foi um dos jogos mais importantes do clube.
O que você ainda projeta para a sua carreira?
Eu costumava fazer planos, hoje em dia procuro não fazer mais. Estou aqui e penso aqui, já realizei parte do meu sonho que era jogar uma Liga Nacional e ainda tenho vontade de jogar fora do Brasil, mas não que isso seja um plano. A vida vai se encaminhando, não gosto mais de pensar em fazer planos. Vou tentar fazer as coisas bem hoje, o resto é consequência.
Planeja alguma comemoração ou dedicação especial quando fizer o 100º gol?
Olha, eu até brinco que eu não sei comemorar gols. Vai ser normal, sem nenhum tipo de comemoração especial.
Alaf x BGF
Silon terá a chance de chegar ao 100º gol pelo BGF neste sábado, dia 5, a partir das 20h, contra a Alaf, em Lajeado. Será a quinta partida do time de Bento na Série Ouro 2014. No momento, a equipe ocupa a sexta colocação, com uma vitória, uma derrota e dois empates.
Reportagem: João Paulo Mileski
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