Síndico de condomínio em Farroupilha é preso por ameaçar e extorquir moradores
Segundo informações, o esquema de fornecimento de água por poços artesianos ilegais já teria movimentado mais de R$ 2 milhões desde 2015, quando o indivíduo se elegeu síndico pela primeira vez
O síndico de um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade de Farroupilha, vizinha de Bento Gonçalves, foi preso durante a manhã desta segunda-feira, 12/09, por ameaçar e extorquir dinheiro dos residentes do condomínio. A polícia não o identificou, mas sinalizou que ele tem 44 anos.
De acordo com o delegado Éderson Bilhan, responsável pela investigação, o suspeito é responsável por um esquema de fornecimento de água por poços artesianos ilegais. Quem não pagava a quantia solicitada, era ameaçado. O delegado Bilhan também informou que o esquema já teria movimentado mais de R$ 2 milhões desde 2015, quando o indivíduo se elegeu síndico pela primeira vez.
O condomínio é composto por 300 apartamentos dispostos em 16 blocos. A polícia estima que há mais de 600 moradores no local. Além de extorquir e ameaçar os condôminos, o indivíduo é suspeito de outro crime. Segundo informações, ele teria contratado uma empresa que pertence à sua mulher para prestar o serviço de zeladoria do condomínio. Ele mantinha o escritório particular da empresa na guarita do residencial.
A polícia diz ter confirmado, ainda, que ele falsificava assinaturas de moradores durante as eleições para se manter no cargo. Além da prisão, a Justiça decretou o bloqueio de bens do suspeito e determinou buscas em cinco endereços. O condomínio vizinho também está sob investigação. Ele deve responder pelos crimes de apropriação indevida, extorsão e ameaça.
O que diz o suspeito
Para a Polícia, o síndico disse que criou o sistema de fornecimento de água com poços artesianos porque “muitos moradores deixaram de pagar a água na pandemia e a Corsan [Companhia Riograndense de Saneamento] suspendeu o fornecimento”. Assim, não teriam como pagar. Sobre contratar a própria empresa de zeladoria, o síndico disse que a decisão foi aprovada em assembleia do condomínio e que não haveria irregularidades.
Fonte: G1 RS