Síndrome das pernas inquietas perturba o sono

A síndrome das pernas inquietas (SPI) nada tem a ver com a mania de balançar os membros inferiores enquanto se conversa, lê, assiste à televisão ou trabalha. Esse costume cessa assim que o indivíduo percebe o que está fazendo. A SPI causa um desconforto nas pernas que só passa quando a pessoa se movimenta. 

A agitação motora anormal compromete a qualidade de vida, pois interfere no sono e não permite a permanência em uma única posição por muito tempo, o que atrapalha idas ao cinema, viagens longas, reuniões e até consultas odontológicas. Porém, tem cura, garante a médica pneumologista do Instituto do sono Luciana Palombini.

A agonia nas pernas costuma aparecer nos momentos de relaxamento, principalmente no fim da tarde, início da noite ou quando a pessoa deita para dormir. Devido à sensação incômoda, muitas vezes o indivíduo precisa levantar e caminhar para voltar ao normal. Pode ocorrer também alteração de sensibilidade nos braços e durante o dia, mas isso é menos comum.

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Estima-se que entre 5 e 10% da população mundial sofra do distúrbio, descrito pela primeira vez em 1947. A síndrome atinge com mais frequência os adultos. Pesquisadores já identificaram genes associados à síndrome, o que sugere que haja uma predisposição individual.

O diagnóstico é feito por meio de uma consulta clínica, mas exames adicionais devem ser solicitados para identificar as causas do problema. De acordo com Luciana, deficiência de ferro, insuficiência renal e gravidez são algumas das situações especiais que podem levar ao desenvolvimento da síndrome. “Em casos que não existem fatores desencadeantes associados, o motivo parece ser uma deficiência de dopamina (neurotransmissor do sistema nervoso central). Além disso, o excesso de cafeína, o estresse e o sedentarismo podem piorar os sintomas”, afirma a especialista.

A médica explica que o tratamento combina uso de medicamentos com medidas comportamentais, como diminuir o consumo de café e cigarro, cuidar da qualidade do sono e realizar exercícios físicos regularmente. O remédio mais utilizado é o pramipexole, da categoria dos dopaminérgicos, que justamente controlam a função do sistema dopamina. Psicoterapia também pode contribuir com o tratamento. “Ajuda a diminuir a ansiedade ou a depressão, se essas estiverem associadas ao quadro clínico. A síndrome das pernas inquietas pode mesmo aumentar a chance de alterações de humor”, diz a Luciana.

 
Fonte: Portal Minha Vida
(www.minhavida.com.br)

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