Bento Gonçalves deve receber nos próximos meses importantes investimentos na área de água e esgotamento sanitário. É o caso da modernização do sistema de controle operacional, que deve estar em funcionamento até agosto. Toda a captação será automatizada e a distribuição passará a ser controlada por telemetria, o que permite um monitoramento mais preciso, evitando problemas de interrupção no abastecimento e redução nos índices de perdas.
O gerente da unidade local, Marciano Dal Pizzol, explica que o município foi escolhido em razão de ter um dos dez maiores sistemas atendidos pela companhia. É, segundo ele, uma tecnologia de última geração, já implantada em Canoas e Rio Grande. O custo total do investimento ainda não foi contabilizado, mas deve ultrapassar R$ 2 milhões. As reformas no prédio para implantar o sistema de controle – que ficará no bairro Planalto – já iniciaram. As melhorias incluem ainda uma nova estação de bombeamento no Barracão.
O reflexo para o consumidor será menos interrupções no abastecimento por excesso ou falta de pressão – um problema bastante comum por conta do relevo da cidade. A estimativa é que as intervenções realizadas nas ruas – hoje em média de 15 por dia – possam ser reduzidas em um terço.
Uso consciente
A água consumida hoje em Bento Gonçalves vem principalmente da barragem de São Miguel, e 30% do Barracão. É o suficiente para atender a demanda, ocorrendo apenas problemas pontuais por rompimento de adutoras ou bombeamento. “Teria que acontecer uma seca bem séria para termos problemas de abastecimento”, avalia. O fato de não sofrer com problemas de racionamento não significa que ações para redução do consumo não sejam necessárias no município. Ele explica que um dos mecanismos adotados pela companhia para incentivar o uso consciente são tabelas diferenciadas de preço. Até 20m³ é um valor, passado esse consumo, a cobrança é exponencial, ou seja, quanto mais passar desta quantidade, maior será o valor do metro cúbico.
Sistema Integrado
Para os próximos anos, a Corsan está planejando melhorias no abastecimento para Bento e cidades da região, o chamado Sistema Integrado, que beneficiará também Carlos Barbosa, Farroupilha e Garibaldi. A proposta prevê captação de água do Rio das Antas, sem construção de uma barragem, além de novo reservatório no bairro Planalto. O investimento, na ordem de R$ 165 milhões, ainda está em fase de projeto e terá recursos obtidos por meio de financiamento junto ao Banco Internacional de Desenvolvimento (BID). A previsão de entrega é para 2022. Embora o projeto original contemple a possibilidade de dobrar a capacidade da barragem de São Miguel, com o novo sistema ela permanece como está e será usada apenas contingencialmente.