Sitracom fiscaliza obras para evitar acidentes
A segurança nos canteiros de obras é uma das principais preocupações do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG). Por isso, a equipe de técnicos em segurança do trabalho da entidade aposta em uma campanha contínua de conscientização para diminuir os riscos dos acidentes que atingem constantemente os trabalhadores. “A grande maioria dos acidentes ocorrem por falha humana. São situações em que se deixa de seguir as normas de segurança por simples comodidade ou desleixo. O resultado disso é bem conhecido, acidentes que matam e deixam sequelas nos operários e nas suas famílias”, analisa o vice-presidente do Sitracom BG, Artêmio Borges.
Semanalmente, os técnicos dos sindicatos realizam vistorias em diversas obras em andamento em Bento e região. Essas vistorias têm caráter preventivo, voltado principalmente para a segurança dos trabalhadores e conscientização dos empregadores. Somente no mês de maio foram pelo menos 60 visitas. “Em alguns casos, depois da vistoria e apontadas às irregularidades, a situação acaba mudando e as condições de segurança passam a ser seguidas de forma correta por operários e empregadores. Mas em outros não há mudança alguma. Quando isso acontece então que notificar o Ministério do Trabalho que por vezes acaba interditando ou embargando a obra”, esclarece Artêmio.
As averiguações apontam para uma situação de descaso constante com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Infelizmente é comum encontrarmos trabalhadores sem capacetes, usando chinelos e sem cintos de segurança. Para fugir dos riscos é essencial que o operário utilize os EPIs indicados pelas normas de segurança e que os seus empregadores os forneçam”, comentou Vicente Kinalski, integrante da equipe de inspeção. Além disso, ele destaca outros problemas que afetam diretamente os operários. “Ainda há muita gente trabalhando em condições precárias. Muitas obras não contam com área de vivência que são banheiros, vestiários, refeitórios ou alojamentos. Muitos trabalhadores não têm sequer registro formal. Isto gera uma situação degradante e contribui muito para aumentar o número de acidentes, pois são nestes locais onde ocorre o maior número deles”, disse Vicente.
Perigo nas alturas
Na construção civil, o perigo maior está nas alturas. Ainda são comuns obras que não apresentam o devido aparato de segurança e colocam os trabalhadores em uma situação de risco permanente. “Semanalmente temos encontrado operários trabalhando sem cinto de segurança e sem linha de vida em locais sem guarda-corpos. Esta é uma situação que não ajuda em nada o trabalhador. É só esperar para registrar o acidente”, diz o técnico em segurança Ricardo Vargas. Entre os inúmeros problemas encontrados ele destaca ainda a existência de aberturas em pisos, vãos abertos, escadas sem corrimão, passarelas inadequadas, sem nenhuma proteção, betoneiras sem aterramento elétrico e outros. “O trabalhador tem que estar consciente do risco que corre, pois normalmente é sua família quem paga por isso. Basta uma queda de uma altura de dois metros para que aconteça uma morte ou mesmo que o trabalhador fique com sequelas para o resto da vida”, concluiu.
Dicas de segurança
– Usar EPIs adequados (é obrigação do empregador fornecê-lo);
– A partir de dois metros de altura, o trabalhador deve usar cinto de segurança. Nunca subestime a altura;
– Elevadores não devem ser utilizados para carga e transporte de pessoal. Nunca se de vê utilizar o mesmo para ambos os casos;
– Obras devem ser cercadas e isoladas por tapumes;
– Guarda-corpos, linha de vida e andaimes adequados devem ser itens obrigatórios para garantir a segurança;
– Todo o trabalhador deve estar regularizado e com sua Carteira de Trabalho em dia;
– Serras circulares devem ter proteção e betoneiras devem ser aterradas.
Siga o SERRANOSSA!
Twitter: @SERRANOSSA
Facebook: Grupo SERRANOSSA