Situação dos índios fica indefinida

A situação dos indígenas em passagem por Bento Gonçalves, que estão acampados às margens da RSC-470, foi debatida durante reunião na última sexta-feira, dia 20, entre Prefeitura, Conselho Tutelar, Brigada Militar e Fundação Nacional do Índio (Funai). Lideranças das tribos que estão no município também participaram do encontro.

Apesar de o município ter feito a destinação de um terreno com infraestrutura adequada, as famílias indígenas apresentaram resistência quanto ao novo local. “Pelas tratativas que se teve, não vimos nenhuma possibilidade de reverter a situação atual, mesmo com a grande preocupação que temos pelos riscos aos quais estas crianças são acometidas, vivendo às margens da rodovia”, comenta a secretária municipal de Habitação e Assistência Social, Rosali Faccio Fornazier. 

A Funai é o órgão do Governo Federal que tem a competência de gerenciar e estabelecer políticas públicas para os indígenas. Segundo a secretária, durante o encontro, tentou por várias oportunidades solicitar maior empenho por parte da Funai e das lideranças, mas eles entendem que é necessário um tempo maior para conscientizá-los a acamparem na área destinada a eles pelo município. “Tentamos um entendimento, uma conciliação. Vamos aguardar para a próxima visita destes indígenas para solucionar o problema, que é bastante grave para nós”, avalia. Os índios devem permanecer em Bento até o período após o Natal e é esperado que retornem próximo à Páscoa, época em que tradicionalmente também há o deslocamento para a região. 

O coordenador técnico da Funai, Cleonir Zaparolli, responsável pelas terras indígenas de Cacique doble, Monte Caseros e Passo Grande do Rio Forquilha, explica que, em conjunto com as lideranças, tentará convencer os indígenas de que o melhor local para eles é a área que foi destinada pela prefeitura, entretanto, não há a certeza de que a troca de local ocorra ainda nesta temporada. São cinco famílias que estão no município, além de outras famílias pertencentes a outras tribos, que ficam acampadas durante a noite na rodoviária. 

O terreno destinado aos índios está localizado há poucos metros da RSC-470, próximo ao entroncamento que dá acesso ao bairro São Roque e à Linha Eulália, e conta com infraestrutura necessária como água e luz. A cedência temporária do terreno para abrigar os indígenas visa atender a um acordo firmado em 2011 com o Ministério Público e a Funai, que vistoriou e aprovou a área. Durante o encontro os representantes sondaram a possibilidade de uma área mais central, o que segundo a secretária é inviável. “É necessário que o terreno seja do município e não particular”, ressalta.


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