Só tapa-buracos em 2013

Não será em 2013 que a prefeitura de Bento Gonçalves irá recompor alguns trechos de asfalto mais danificados, principalmente em ruas da área central. Por mais que reconheça os problemas na pavimentação, especialmente em vias de grande fluxo diário, a secretaria municipal de Obras admite que deve terminar o ano somente com tapa-buracos e reparos provisórios, deixando a possibilidade de ações mais intensas de recuperação para 2014. 

A situação se agrava ainda mais em rotas que recebem, todos os dias, o tráfego de ônibus urbanos. Nas proximidades do ponto instalado no final da rua Júlio de Castilhos, por exemplo, o asfalto tomou lugar de parte da calçada, problema que se repete na parada seguinte, na rua Marechal Deodoro. Em outros locais da cidade, brotam buracos, rachaduras e desníveis.

Antes do Centro, ainda no bairro São Francisco, parte da rua Garibaldi tem o asfalto craquelado e fendas por onde ressurge o calçamento. Na rua Gomes Carneiro – que liga a área central à região do São Roque ou Botafogo –, há pedaços que foram remendados e já estão mais baixos que o resto da pista. 

“Não estamos dando conta”

Próximo à Estação Rodoviária, novas ondulações. “O correto, nestes casos, seria remover essa capa asfáltica que está danificada e refazer, mas o que estamos licitando neste ano é apenas tapa-buracos. Sabemos que a situação está ruim em muitos pontos, e tende a piorar, mas uma ação mais profunda exige tempo e dinheiro, e nós não estamos dando conta de atender tudo que aparece”, afirma o secretário municipal de Obras, Valdir Possamai.

O fluxo constante e, em algumas situações, a aplicação de uma camada de asfalto que nem sempre é a ideal são, segundo Possamai, os dois fatores que mais facilitam a deterioração do pavimento. “Há lugares em que o asfalto tem quatro, cinco centímetros, quando deveria ter dez. Isso preocupa, porque temos que pensar em algo com mais durabilidade. Estamos estudando, discutindo internamente o que vamos fazer”, completa. As ruas em questão não estão contempladas no plano de Mobilidade Urbana que prevê investimentos de R$ 55 milhões – frutos de financiamento federal –, a partir do próximo ano.

O secretário também destaca que um aspecto a ser rediscutido é a circulação de caminhões pesados, que abastecem a indústria local com matérias-primas e carregam a produção de empresas do município. Muitos destes veículos ainda transitam cotidianamente pela zona central, contribuindo para piorar as condições das vias e gerando reflexos negativos que acabam sendo mais sentidos por condutores de carros menores e de motocicletas.

Outra preocupação do departamento é a recomposição do asfalto após a execução de obras, em especial de saneamento. Em vários casos, de acordo com o secretário, houve remoção de paralelepípedos que, depois, não foram recolocados. “O que faziam era colocar pó de brita e o asfalto por cima, e aí logo afundava. Estamos monitorando para evitar que isso volte a acontecer”, finaliza Possamai.

Corredores para ônibus

A criação de corredores de ônibus seria uma das saídas da secretaria de Mobilidade Urbana para melhorar o tráfego e destinar espaços exclusivos para os coletivos. Mesmo assim, para que a implantação de uma medida como essa saia do papel, será preciso tocar em outro assunto que sempre gera bastante polêmica na cidade: a retirada de estacionamentos. “Nós temos que apresentar soluções, apesar de que muitas delas são diferentes do que as pessoas querem, que é estacionar na porta das lojas ou pegar o ônibus na frente do seu trabalho. Temos que começar a ter bom senso e aceitar as mudanças para a coletividade. Tem muita gente pensando apenas de forma individual”, ressalta o secretário de Mobilidade Urbana, Mauro Moro.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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