Sua imunidade está baixa?

Unhas fracas, queda de cabelo, cansaço, problemas de pele… Se você apresenta um ou mais desses problemas, deve imaginar que está com a imunidade baixa, certo? Na verdade, não é tão simples assim. Sinais como esses podem ser muito vagos, já que podem significar uma infinidade de complicações, doenças e até fatores genéticos, que pouco têm a ver com uma imunodeficiência. 

A médica imunologista Elisabete Blanc conta que a baixa imunidade pode ser de causa primária, ou seja, quando a pessoa já nasce predisposta pela genética. “Por outro lado, pessoas que são saudáveis, em um dado momento da vida, podem se expor a situações que levem à dificuldade do organismo em manter um equilíbrio imunológico”, completa. 

Exemplos dessas situações vão desde maus hábitos a tipos específicos de tratamentos: uso de medicamentos que suprimem a imunidade, exposição à radiação, quimioterapia, má alimentação, uso de drogas, consumo de álcool, excesso de exercício físico, estresse prolongado, doenças que levam a uma grande perda de proteínas – substâncias que são “a matéria-prima dos anticorpos”, como explica Elisabete –, doenças crônicas, deficiências de vitaminas, falta de repouso adequado, entre muitos outros fatores.  

Como saber, então, se você realmente está com o sistema de defesa comprometido? De acordo com o clínico-geral Fernando Manna, não existe um exame único capaz de detectar se a pessoa está com a imunidade prejudicada. “O ideal é procurar um médico ao perceber sintomas recorrentes ou persistentes. O exame clínico realizado pelo médico assistente, aliado à queixa e evolução de sintomas, são orientadores na solicitação de exames”, completa. 

É mais fácil, portanto, perceber que o sistema imunológico está pedindo ajuda quando há repetições de várias complicações no organismo, que demoram a ir embora. “A diminuição da resistência orgânica cria condições para o desenvolvimento frequente de doenças”, conta Fernando. Se a pessoa apresentar um mesmo problema – ou mais de um – diversas vezes, deve procurar um profissional. 


Fique de olho

A percepção da imunodeficiência fica ainda mais clara com a lista da Fundação Jeffery Modell e da Cruz Vermelha Americana, elaborada para guiar médicos e profissionais no diagnóstico de pacientes. Elisabete explica que, ao apresentar um ou mais desses itens, a pessoa deve ser investigada: 

*Duas ou mais pneumonias no último ano: os sintomas da infecção no pulmão costumam ser febre muito alta, calafrios, tosse com expectoração, falta de ar, dor no peito, vômitos, prostração, perda de apetite e dores no corpo. 

*Oito ou mais otites no último ano: a inflamação é provocada pelo acúmulo de líquido no ouvido. Há vários tipos de otite, que podem apresentar os seguintes sintomas: dor intensa, diminuição da audição, secreção, coceira, febre, falta de apetite, entre outros. 

*Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses: a estomatite pode ser percebida por lesões na boca e gengivas. Já a Monilíase é uma infecção causada por fungos e apresenta pontos brancos e escamosos em qualquer área da região bucal: língua, bochechas, gengivas ou lábios. 

*Abscessos de repetição ou ectima: o acúmulo de pus na pele em determinada área do corpo é conhecido como abscesso, também chamado de furúnculo. A ectima é uma infecção bacteriana que acontece, geralmente, por falta de higiene, com lesões que costumam acontecer com maior frequência nas pernas e nos pés.  

*Um episódio de infecção sistêmica grave: meningite, artrose ou septicemia. Essas infecções comprometem o organismo como um todo e podem ser perigosas. A meningite é uma inflamação das meninges, membranas do encéfalo e da medula espinhal e pode ser causada por vírus ou bactérias. A artrose, por sua vez, é caracterizada por problemas que alteram as juntas dos joelhos, quadris, mãos e coluna vertebral, prejudicando o movimento. Já a septicemia é uma infecção generalizada que se espalha por todo o organismo, por causa de bactérias que infectam o sangue.

*Infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica: o mau funcionamento do intestino pode ser causado por vários fatores, como alimentação ruim e problemas emocionais. No entanto, frequentes diarreias e indisposições  intestinais, relacionadas a infecções, são mais preocupantes e podem ser indícios de imunodeficiência. 

*Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune: tanto a doença do colágeno quanto a doença autoimune, como explica Elisabete, representam um grupo de patologias que faz o organismo produzir anticorpos contra ele mesmo, o que provoca uma queda na imunidade. 

*Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por microbactéria: esse caso diz respeito, principalmente, a crianças que têm reação da vacina BCG, contra tuberculose. “A pele pode não cicatrizar após a vacina ou a criança pode sofrer com a própria bactéria que dá a tuberculose”, conta Elisabete.  

*Quadro clínico associado à imunodeficiência: de acordo com Elisabete, nesse tópico entram as mais variadas doenças e síndromes que podem ter relação com o sistema imunológico. “O médico poderá suspeitar de acordo com o histórico da pessoa e da predisposição genética”, completa a imunologista. 

*História familiar de imunodeficiência: pessoas que possuem casos na família de baixa imunidade também devem ficar mais atentas às respostas do organismo para doenças e, de preferência, fazer uma avaliação médica.


Por Letícia Gonçalves
Fonte: portal Minha Vida

(www.minhavida.com.br)

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