Susepe mantém apenas serviços essenciais

Servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) entraram em greve por tempo indeterminado na última terça-feira, dia 25. No Presídio Estadual de Bento Gonçalves, a greve afeta todos os setores, incluindo agentes carcerários, agentes administrativos e técnicos superior penitenciários. Segundo a administração, a adesão era total até esta quinta-feira, dia 27.

Assim como em outros presídios do Estado, em Bento parte das atividades realizadas pelos servidores serão suspensas, mas, por orientação do sindicato, os servidores estão comparecendo ao trabalho. No presídio foram mantidos apenas os serviços essenciais, o chamado procedimento-padrão, com serviços de alimentação, médico-hospitalares e visitas. Os trabalhos internos, aulas, artesanato, transferências, visita de advogados e oficiais de justiça e até cultos religiosos estão cancelados momentaneamente. 

Em Bento Gonçalves, segundo o administrador do presídio, Volnei Zago, não será permitida a entrada de sacolas. “Veja bem, eu como administrador não estou em greve, mas todos os funcionários do órgão aderiram à paralisação. Aqui em Bento está sendo colocado em prática o procedimento-padrão. No último dia de visitas, foi permitida a entrega de metade das sacolas com mantimentos que os parentes trazem para os apenados, mas no próximo dia de visitas, domingo, não será mais permitida a entrada de sacolas até o fim da greve”, alertou. 


Reivindicações

As reivindicações da categoria incluem reajuste salarial, revisão da tabela de subsídios dos agentes penitenciários administrativos e revisão dos critérios para a aposentadoria das mulheres, baixando o tempo de serviço de 30 para 25 anos e aumento de efetivo, além disso a categoria pede a realização de um novo concurso público, aumento do número de horas-extras, entre outros pontos. 

Para Zago, a demanda de pessoal é um pedido reiterado pela própria administração do presídio. “A falta de pessoal é uma reivindicação nossa também, em 2013 a gente possuía dois terços a mais de efetivo. É praticamente impossível ter apenas três servidores para cuidar de uma casa prisional com mais de 300 apenados”, reclamou. O administrador afirmou ainda que a maioria das perdas de pessoal, de 2013 para 2014, se deve a aposentadorias e corte das horas-extras. Pelo menos 70% dos agentes, técnicos e administrativos penitenciários paralisaram as atividades no Estado, segundo o sindicato da categoria. A decisão já havia sido tomada em assembleia realizada no mês de setembro em Porto Alegre. Ao todo, quatro mil servidores públicos atuam na área no Rio Grande do Sul.

Empresa agilizará colocação de tela no presídio

A instalação da cobertura de tela sobre o pátio do Presídio Estadual de Bento Gonçalves continua. O objetivo é impedir, principalmente, o arremesso de drogas, armas e celulares. A ação é mais uma intervenção paliativa enquanto não se definem as tratativas para a construção do novo presídio. A empresa responsável pelo serviço foi orientada a agilizar o trabalho para evitar tumultos na casa prisional. 

Por enquanto, a data final para o término da obra segue mantida para primeira quinzena de abril, mas não se descarta a possibilidade de a cobertura de tela ficar pronta antes do prazo determinado. Toda a base de estrutura que sustentará a tela de arame está pronta, por isso o trabalho deve ser breve. “Tudo depende do tempo também, se não houver chuva a cobertura pode, sim, ficar pronta antes da data estipulada”, disse o administrador do presídio, Volnei Zago. Serão instaladas cercas de tela galvanizada com arame de 1,24mm de espessura. A área total do pátio é de 756m². 

Apesar do empenho da Brigada Militar, que reforçou a segurança no entorno do presídio, as tentativas de entrada clandestina de entorpecentes e celulares continuam constantes. Segundo a BM, os trabalhos de instalação da tela estão sendo realizados somente no período da manhã, para que os apenados possam tomar o banho de sol durante a tarde. Mesmo sem contato próximo, os trabalhadores vêm sofrendo intimidação por parte de alguns presos, o que também dificulta a agilidade da obra.

Reportagem: Jonathan Zanotto


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