Em mais uma coletiva de imprensa do Tacchini, realizada na tarde desta quinta-feira, 27/05, a direção do hospital destacou o alto número de crianças sendo atendidas com sintomas respiratórios. Conforme a diretora de divisão hospitalar, Roberta Pozza, entre janeiro até este mês de maio, a instituição de saúde bateu recorde no número de atendimentos de crianças no pronto-socorro. Em fevereiro, havia sido registrado um total de 316 atendimentos. Neste mês de maio, o número saltou para 330. “Registramos, nos últimos dias, um número importante de atendimentos tanto no pronto-socorro quanto de crianças sendo encaminhadas de consultórios pediátricos, ou mesmo das unidades de saúde, com indicação de internação por quadros respiratórios”, informou. “As crianças, sem a COVID, já eram bastante vitimadas nos dias de inverno, até por quadros como bronquiolites, o que implica em bastante cuidado porque pode evoluir para ventilação mecânica. Mas temos observado um aumento substancial e, de janeiro até agora, já batemos o maior número de atendimentos no pronto-socorro para crianças”, reforçou.
Por conta disso, a médica fez um novo alerta aos pais e responsáveis. A orientação é que crianças com sintomas, ou que estejam no convívio de pessoas sintomáticas ou com confirmação para a COVID-19, sejam mantidas em casa. "Elas não devem ser expostas no convívio com outras crianças", continuou.
No momento, conforme dados do mapa de leitos do Estado, duas crianças estão internada na UTI do Tacchini com suspeita da COVID-19 e outras duas em leitos clínicos.
Recorde de atendimentos na fast track
A direção do Tacchini também revelou o dado de que a estrutura fast track, montada em frente ao hospital para receber pacientes com sintomas da COVID-19, bateu recorde de atendimentos desde o início da pandemia. Foram 90 atendimentos registrados nesta semana, ante 89 que havia sido registrado no segundo pico, em março. “Também tivemos um número elevado de internações nas últimas 48h, o que sinaliza que estamos entrando em um período similar ou superior do que já vivenciamos em meses anteriores”, alertou o superintendente do Tacchini, Hilton Mancio.
No momento, conforme o mapa de leitos do Estado, 51 pacientes estão internados na UTI do hospital, que tem apenas 45 leitos. Desses, 25 (49%) estão com a COVID-19. Por conta da lotação, os pacientes excedentes estão sendo atendidos em outras estruturas do Tacchini, improvisadas para receber casos graves.
“Vale ressaltar que as pessoas precisam manter os cuidados pessoais. Vejo muitas pessoas voltando a apertar as mãos e a conversar sem máscara. Isso é uma forma de contágio. Então essa onda de contaminação também estão vindo desse relaxamento dos cuidados”, comentou Mancio.
A doutora Roberta Pozza ressaltou que o quantitativo de pessoas vacinadas até o momento em Bento não deve ser fator de tranquilidade em relação aos cuidados. “Temos ainda muitos pacientes na faixa etária dos 30 aos 50 anos”, pontuou. “Também precisamos nos lembrar de que paciente vacinado não está livre de ter a doença novamente”, complementou Mancio.