Tacchini conta com sistema pioneiro na região para uso de água em hemodiálise

O Setor de Hemodiálise do Hospital Tacchini é referência de atendimento para oito municípios da Serra Gaúcha. A cada três dias, os 74 pacientes que atualmente realizam sessões de hemodiálise ficam conectados aos equipamentos por, no mínimo, 4 horas em cada atendimento. “Para alguns essa rotina já dura mais de 30 anos, o que acaba gerando um ambiente familiar entre os profissionais da equipe assistencial e pacientes”, conta a médica nefrologista Marli Tramontina, responsável pelo setor. “A maioria chega através da rede pública e alguns até vêm na mesma van, o que acaba criando afinidade, também, com as equipes das prefeituras. Aqui, são acolhidos por nossas equipes e essa rotina acaba se transformando em novas amizades”, relata a Dra. Marli. O local recebe pacientes de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, Santa Tereza, Garibaldi, Carlos Barbosa, Boa Vista do Sul e Coronel Pilar.

 


A cada três dias, os 74 pacientes que atualmente realizam sessões de hemodiálise ficam conectados aos equipamentos por, no mínimo, 4 horas em cada atendimento (Foto: divulgação/Tacchini)

 

Nos bastidores, porém, há outro trabalho essencial que garante a saúde dos pacientes: o  Tacchini possui um sistema informatizado de manutenção corretiva e preventiva para gerenciamento do seu parque de equipamentos, incluindo as 23 máquinas de hemodiálise. “Mensalmente executamos as manutenções preventivas de todos os equipamentos de hemodiálise, garantindo a funcionalidade das máquinas e reduzindo custos. Os trabalhos são realizados por técnicos especializados, devidamente treinados pelos fabricantes, para fazer os devidos reparos”, explica o eletrotécnico Fabrício Cantoni, que atua na parte de Engenharia Clínica do hospital. 

Além dos equipamentos, o setor é responsável por cuidar da estação de tratamento de água, outra parte indispensável à Hemodiálise. “A unidade utiliza mensalmente 290 mil litros de água. No entanto, somente 174 mil litros viram água de osmose nos padrões que a Anvisa exige. A parte rejeitada pelo equipamento é aproveitada na lavanderia do hospital”, explica Cantoni. “São 116 mil litros que poderiam ser jogados na rede pública e que reaproveitamos com a mesma qualidade necessária. Temos informações de que em alguns hospitais esse volume todo de água é colocado fora”, relata.

 


A água chega da caixa d'água e vai para um pré-tratamento, passando por um conjunto de bombas que pressurizam a rede e por filtros que retiram todos os metais pesados e demais toxinas, retendo partículas existentes (Foto: divulgação/Tacchini)

 

Como funciona

A água chega da caixa d'água e vai para um pré-tratamento, passando por um conjunto de bombas que pressurizam a rede e por filtros que retiram todos os metais pesados e demais toxinas, retendo as partículas existentes. “A água que vem da rede pública, embora seja potável, não é uma água estéril, própria para o uso nas máquinas de hemodiálise”, relata Fabrício. Depois que a água passa pelo sistema de osmose, a mesma vai para um tanque de armazenamento de 3.000 litros, sendo bombeada para a sala de hemodiálise onde as máquinas são conectadas. Toda tubulação é feita de um material importado chamado PEX, sendo o Hospital Tacchini o primeiro hospital na região a dispor dessa tecnologia. “Esse material, além de não utilizar produtos químicos em suas emendas, tem porosidade muito reduzida, evitando a proliferação de bactérias. Os demais hospitais ainda utilizam tubulação de PVC”, lembra o eletrotécnico. Todo esse sistema é auditado por uma empresa devidamente registrada, que a cada 30 dias realiza vistorias.