Tacchini: Pronto-socorro tem reestruturação

Além de ampliar em mais de 50% a área física do Pronto-socorro, o Hospital Tacchini também já vem adotando importantes mudanças no sistema de atendimento a situações de urgência e emergência. Até o final de setembro, a instituição deve concluir a ampliação do espaço, que passará a ter 1.500m² e, até lá, também pretende consolidar a recente adesão ao Protocolo de Manchester, modelo internacional que classifica por cores a gravidade dos casos que dão entrada no local e estabelece prioridades de atenção.

Os atendimentos no Pronto-socorro também passarão a ser monitorados de forma sistemática, desde a entrada e acompanhando cada movimentação dos pacientes durante a permanência no hospital. O objetivo é facilitar aos familiares o acesso à informação sobre o estado de saúde dos usuários e tornar o processo mais transparente às demais pessoas que estiverem na fila de espera – os dados, sem a exposição de nomes, apenas utilizando senhas, serão divulgados em um painel.

Mais do que necessariamente aumentar a capacidade de atendimentos, as modificações visam oferecer um serviço de cada vez mais qualidade e resolutividade à comunidade bento-gonçalvense. “Não bastava termos apenas uma reestruturação em nossa área física. Tínhamos que repensar o planejamento, porque o Pronto-socorro é a porta de entrada da maioria de nossos pacientes. Nosso principal objetivo, a partir de agora, é fazer uma mudança cultural, para que as pessoas busquem esse sistema de urgência e emergência somente quando for necessário. Hoje, 70% dos nossos atendimentos são de mais baixa complexidade”, destaca a diretora técnica do hospital, Roberta Pozza.

Mesmo com as obras em andamento, o novo espaço do Pronto-socorro já está aberto ao público para atendimentos eletivos, como curativos, aplicação de injeções e revisões médicas, com entrada pela rua Saldanha Marinho (antigo setor de Quimioterapia). O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30, e aos sábados, entre 7h30 e 12h30. A estrutura com acesso pela rua José Mário Mônaco, junto à entrada principal do hospital, segue destinada aos casos de urgência e emergência.


Os novos espaços

– Aumento da sala de espera pediátrica
– Aumento da sala de inalação
– Aumento da sala de observação pediátrica
– Novo consultório médico, além dos 4 existentes
– Criação de 13 boxes fechados
– Criação de 3 salas de espera para atendimento, conforme complexidade
– Criação de 2 postos de enfermagem e prescrição médica


Como funciona o Protocolo

Ao chegar no Pronto-socorro, o paciente passa a ser identificado por uma senha e, em seguida é atendido por um enfermeiro que avaliará o quadro clínico, seguindo as definições do Protocolo de Manchester, atualmente adotado em 18 países. O procedimento, normalmente, segue um roteiro de perguntas utilizando um programa de computador, mas também pode ser feito com o uso de um manual. O objetivo da classificação de risco não é fazer um diagnóstico, mas definir uma prioridade clínica para o primeiro atendimento médico. O processo de triagem considera as queixas apresentadas pelo atendido, sinais verificados pelo profissional de saúde, sintomas, saturação de oxigênio, escala de dor, glicemia, entre outros. “Ele protege o paciente mais grave”, explica a representante do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, Roberta Dalcin, que atuou como consultora junto ao Tacchini. A partir daí, cada paciente recebe uma pulseira com a cor correspondente à sua condição – cada uma das cores tem um tempo máximo para atendimento pré-definido:

Azul – São os casos considerados não urgentes e o tempo máximo de atendimento é de quatro horas.

Verde – Situações pouco urgentes, que tem o tempo máximo de atendimento estabelecido em duas horas.

Amarelo – Ocorrências urgentes, que devem ser atendidas em, no máximo, uma hora. Nesta e nas duas classificações anteriores, os pacientes retornam à sala de espera para atendimento.

Laranja – Casos considerados muito urgentes, que são encaminhados para a Sala de Observação Cardiológica ou Sala 2, e devem ser atendidos em até 10 minutos.

Vermelho – Pacientes em situação de emergência, que necessitam atendimento imediato e são direcionados para a Sala 1.

Polêmica nos partos

Há alguns dias, uma polêmica envolvendo restrições do Hospital Tacchini a fotografias durante partos ganhou força na internet. Armando Piletti, superintendente-geral da instituição, também falou sobre o assunto e reconheceu que o tema assumiu uma proporção inesperada em função de uma foto publicada no Facebook, que mostrava o cartaz com a proibição e, ao lado, um anúncio de um estúdio fotográfico autorizado a oferecer o serviço dentro da instituição de saúde (veja foto abaixo). Segundo Piletti, outros profissionais da área de foto e vídeo podem se habilitar para o serviço, para o qual receberão um treinamento específico visando respeitar as normas internas da sala de parto. 

O administrador garantiu ainda que familiares que não puderem pagar pelos registros fotográficos podem contatar o hospital durante a gestação, para receber autorização e orientações para que o próprio pai, por exemplo, faça as imagens. Em todos os casos, contudo, algumas restrições serão mantidas. “Nunca impedimos que esses momentos fossem registrados, mas é preciso entender que algumas situações precisam ser preservadas, como um procedimento cirúrgico. É uma forma de proteger também os pais e a criança, e não é uma norma que nós inventamos. Mas o banho do bebê, que é um momento que sempre é muito bonito, e os primeiros instantes dele com a mãe continuarão sendo permitidos”, finaliza Piletti.


Estado de greve: superintendente anunciaplano de carreira para 2016

Após a coletiva de imprensa que tratou das mudanças no Pronto-socorro, o superintendente do Tacchini, Armando Piletti, falou sobre as negociações da instituição com o sindicato da categoria, que, nesta semana, anunciou estado de greve para tentar garantir algumas reivindicações apresentadas, como a redução da jornada de trabalho, a regulamentação do pagamento de acréscimo de insalubridade e a criação de um programa de cargos e salários. “Há alguns pedidos que são inviáveis, como a redução da jornada de 42 horas para 36 horas. Se fizéssemos isso, teríamos que contratar pelo menos mais 150 pessoas, e isso aumentaria os custos de forma acentuada”, avalia Piletti. 

Outras demandas, entretanto, já têm sinalização positiva por parte do Tacchini. “Quanto ao plano de carreira, propomos que seja implantado até fevereiro de 2016. Temos 1.600 funcionários e não podemos fazer isso de forma apressada, porque corremos o risco de não dar a devida valorização para cada um. E, a médio prazo, também pretendemos criar um cronograma para implantar o grau máximo de insalubridade para quem trabalha diretamente com doentes”, completa.

O prazo dado pelos representantes dos funcionários do hospital para que uma contraproposta seja apresentada foi de 72 horas, a contar da notificação entregue à diretoria na tarde de terça-feira, 15, e encerrando na tarde desta sexta-feira, 18. Também estão na lista de reivindicações apresentadas, a recomposição no quadro de funcionários, gratificação de setor fechado, fornecimento de vale-alimentação, acréscimo no valor da hora-extra e pagamento do 31º dia. “É estranho que, menos de 60 dias depois de termos assinado a convenção coletiva, que nós estamos cumprindo integralmente, o sindicato traga novas questões”, conclui Piletti. O sindicato promete paralisar as atividades caso não seja atendido.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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