Tacchini testa eficácia da hidroxicloroquina em 27 pacientes ambulatoriais

O estudo Coalizão V iniciou há pouco mais de um mês no Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS), em Bento Gonçalves. Contando com a participação de diversos centros brasileiros, a pesquisa busca avaliar a eficácia da hidroxicloroquina na prevenção de hospitalizações e de complicações respiratórias em pacientes com a COVID-19, os quais não têm indicação de internação. Dessa forma, o tratamento é iniciado em um momento precoce da COVID-19.

Até o momento, o Tacchini já incluiu 27 pacientes no estudo: 22 de Bento Gonçalves, 3 de Garibaldi, 1 de Santa Tereza e 1 de Guaporé. “O paciente mais novo tem 24 anos e é asmático. O paciente mais velho tem 71 anos, sendo portador de várias comorbidades. Cabe ressaltar que um dos critérios de inclusão no estudo é que o paciente tenha pelo menos um fator de risco para complicações”, explica o médico responsável pelo estudo no Tacchini, Ricardo de Gasperi. 


 

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Questionado sobre os resultados obtidos até então, o médico afirma que não é possível fazer nenhuma análise conclusiva, tendo em vista o método “duplo cego”. “Nem o paciente, nem o pesquisador sabem se o que está sendo administrado em cada caso é a medicação ou o placebo. Existe um comitê internacional de dados e segurança que faz análises durante o seguimento do estudo e emite um parecer se o estudo deve prosseguir. Somente ao final do estudo poderemos tirar conclusões definitivas”, esclarece. 

Entretanto, analisando o ambiente de internação hospitalar, o que inclui pacientes em estágios mais avançados da doença, de Gasperi afirma não haver resultados animadores. “Os ensaios clínicos mais importantes estão apontando para ausência de benefício da administração da droga”, relata. 

No caso do Coalizão V, dos 27 pacientes inclusos no estudo, dois tiveram leve piora do quadro e necessitaram de internação. “Todavia, nenhum destes pacientes necessitou leito de UTI, nem suporte de oxigênio, tendo todos uma boa evolução”, afirma. “O Estudo Coalizão V, pelo seu desenho e amostra robusta, deve ser um dos estudos mais importantes do mundo para tentar responder sobre o benefício da administração de hidroxicloroquina no cenário ambulatorial de forma precoce”, continua. 

Além do Coalizão V, o Tacchini também participou do Coalizão I (que avaliou a aplicação da medicação em pacientes de menor gravidade) e o Coalizão II (que avaliou casos mais graves, que necessitam de mais suporte respiratório). Os resultados deverão ser divulgados nos próximos dias.

A hidroxicloroquina é utilizada comumente no tratamento da Malária e outras doenças reumatológicas, como Atrite Reumatoide e Lúpus Eritematoso sistêmico. Entretanto, além da aplicação em estudos clínicos, o Tacchini ainda afirma dar autonomia aos médicos para que prescrevam o remédio, caso seja acordado com o paciente. 

Foto: Alexandre Brusamarello

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