Se você decidir praticar rafting no Rio das Antas, pode ter a sorte de ser guiado por um campeão mundial. O bento-gonçalvense Evandro Tasca (segundo da esquerda para a direita) fez parte do quarteto que conquistou o inédito título ao Brasil na categoria Máster, no último dia 19, em Foz do Iguaçu (PR).
A equipe formada também por um competidor de Três Coroas (RS) e outros dois paulistas encerrou a competição com 952 pontos, à frente da República Tcheca, que somou 928. Nas quatro provas em disputa, o Brasil somou dois ouros (Head to Head e Descida) e duas pratas (Sprint e Slalom).
Além da Máster Masculino, as categorias Open Masculino, Open Feminino, Sub-19 Masculino e Sub-23 Masculino e Feminino também subiram ao lugar mais alto do pódio. Foi o melhor resultado da história do rafting brasileiro no Mundial, um feito que surpreendeu os próprios atletas, sobretudo da equipe Máster, que debutou no principal campeonato do mundo. “Não vou dizer que éramos os azarões, nos preparamos bastante para a competição. A ambição inicialmente era um lugar no pódio, mas quando começamos a treinar, a remada estava encaixada, fizemos um trabalho psicológico entre nós mesmos e foi fantástico, nos surpreendemos com o nosso desempenho”, relata Tasca.
Mais do que a conquista de um troféu, os atletas anseiam que o título seja um marco para o esporte no Brasil, com o desejo de que ele tenha mais visibilidade e que haja maior apoio para as competições. Um dos legados já assegurados, por consequência do primeiro lugar, é a presença no Mundial 2015, na Indonésia. “Há dificuldades na questão financeira e estrutural, hoje o rafting não é um esporte conhecido mundialmente, se comparado a outros. Então existem algumas limitações para nós, competidores. Agora, com o título e a vaga garantida para o Mundial da Indonésia no ano que vem, esperamos que haja uma corrente de participação de equipes brasileiras daqui para a frente, justamente para fortalecer o esporte”, afirma Tasca.
Aos 46 anos, o bento-gonçalvense é um dos instrutores mais antigos do polo de rafting no Rio das Antas, sendo um dos precursores do esporte na região, em 1996. Outro legado que Tasca espera do título é o aumento no número de adeptos ao rafting, que para ele, não se resume apenas à aventura e vai muito além de uma modalidade esportiva. “O rafting é um esporte coletivo, a partir do momento que você entrar em um bote, não estará sozinho. Vai estar no mínimo com quatro, cinco, seis pessoas, mais o instrutor, é um esporte que fortalece muito o relacionamento, a comunicação, o trabalho de equipe, o respeito pela pessoa que está ali do lado com os seus medos e as suas ansiedades. Você vai superar barreiras, desafios e fazer amigos. O rafting não é só uma atividade esportiva, ele proporciona o fortalecimento emocional, com integração e companheirismo”, ressalta o instrutor, frisando a importância pessoal do esporte na sua vida. “Tudo o que aprendi como atleta, como ser humano, sobre vencer desafios e enfrentar medos, vem do rafting e da canoagem. Eu sempre digo que o rafting me fortalece a passar por tantas situações do dia a dia. Ele agrega muito à minha vida e traz muitos benefícios, porque exige uma disciplina de alimentação e treinos para competir e respeito pelos concorrentes, pelo rio e pela natureza”, conclui.
Onde praticar
No Rio Grande do Sul há dois polos para a prática do rafting. Além do Rio das Antas, também é praticado no Rio Paranhana, em Três Coroas. A temporada inicia em outubro e prossegue até final de março ou início de abril, quando começa a esfriar a água.
No Rio das Antas, o trecho de descida possui a largada próximo à balsa que divide Nova Roma do Sul e Nova Pádua, com chegada próximo à Ponte de Ferro. O percurso tem cerca de oito quilômetros, com duração 2h15 a 2h30. O agendamento para grupos de no mínimo seis pessoas deve ser feito com pelo menos 20 dias de antecedência. Interessados em praticar com o instrutor Evandro Tasca devem entrar em contato pelo telefone 3453 2744 ou 9905 6949. O custo é de R$ 75 por pessoa, incluindo a taxa de seguro.
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