Taxistas não podem se recusar a pegar passageiros

Quem reside em um bairro afastado da área central e já precisou se deslocar até o bairro vizinho de táxi, talvez tenha enfrentado a resistência de alguns motoristas para fazer a corrida. É o caso de uma leitora do SERRANOSSA, moradora do bairro Santa Helena que, em mais de uma vez, ouviu uma negativa ao solicitar deslocamento até o bairro Verona. “No mesmo dia, dois taxistas de pontos diferentes se recusaram a fazer a corrida: um do Centro e outro do Botafogo. Como não há ônibus do Santa Helena para o Verona, a solução foi ir a pé, mesmo embaixo de chuva”, denuncia. Em casos assim, qual a orientação para que não haja prejuízo nem para o taxista nem para o cliente?

No entendimento do coordenador do Procon de Bento Gonçalves, Magnus Oliveira Corrêa, o taxista não pode se recusar a pegar passageiros. “Nos casos em que o deslocamento é maior do que a corrida que será realizada, o valor pode ser combinado”, comenta. Segundo ele, não há lei que impeça que seja cobrada a taxa de deslocamento, mas a cobrança deve ser informada ao passageiro previamente.  “É o procedimento padrão para qualquer serviço. O consumidor pode ser taxado, mas precisa ser informado antes”, explica. Caso o passageiro não concorde com a prática, a orientação é que procure outro taxista.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas de Bento Gonçalves, Paulo Redante, a orientação é que a corrida seja cobrada a partir do ponto. “A maioria não cobra o deslocamento quando está próximo ao local. Mas para corridas em que o passageiro se encontra distante, não é vantagem para o taxista ir buscá-lo”, justifica. Ele cita como exemplo uma corrida entre os bairros vizinhos São Roque e Ouro Verde. “Se o taxista está no Centro, gastará mais em combustível indo buscar o passageiro do que a quantia que irá receber com a corrida em si”, observa.

Rádio facilita

Com a adoção do sistema de rádio por alguns taxistas, problemas como esse podem ser minimizados. “Se o taxista estiver longe do passageiro, ele pode se comunicar via rádio com outros motoristas e acionar o que estiver mais próximo do cliente”, comenta. Desta forma é vantajoso tanto para o passageiro, que não pagará o deslocamento, e para o taxista, que não gastará para ir até o local. Os veículos que já operam com o sistema de rádio, explica Redante, estão identificados.

 
Reportagem: Carina Furlanetto

 

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