O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) encerrou na última sexta-feira, dia 23, a auditoria in loco realizada nas contas de Bento Gonçalves. O pente fino durou 30 dias e contou com apoio de um grupo de seis auditores públicos externos especialistas em áreas como informática, contabilidade, direito e engenharia.
A auditoria estava prevista para encerrar no dia 1º de novembro e sofreu duas prorrogações durante o processo. A ampliação do prazo para a conclusão dos trabalhos foi necessária pela complexidade dos dados a serem analisados. Todas as contas da prefeitura passaram por avaliação, junto com documentos e sistemas informatizados de contabilidade na secretaria de Finanças do município.
Antes mesmo dos trabalhos presenciais, as contas bento-gonçalvenses já estavam sendo investigadas desde agosto deste ano em parceria com o Ministério Público Estadual. O levantamento foi motivado pela detecção de problemas nos dados contábeis enviados pelo município ao TCE. As irregularidades foram verificadas inicialmente em empenhos e estornos para empresas consideradas suspeitas.
Os fatos foram confirmados pela própria prefeitura em diversas declarações desde que os escândalos vieram à tona. Até agora os cálculos apontam desvio de pelo menos R$ 421 mil, que ocorreriam por meio de compras com valores abaixo de R$ 8 mil, dispensando abertura de licitação.
Resultado só em 2013
A divulgação dos relatórios finais, um dos momentos mais esperados da auditoria, ainda deve demorar para acontecer. Conforme o supervisor de auditoria municipal, Léo Arno Richter, agora os resultados são encaminhados para o conselheiro relator, que notificará o prefeito. Ele terá 30 dias para apresentar sua defesa, que será então analisada pelo Ministério Público de Contas (MPC), para posterior parecer. Somente depois disso é que o TCE tornará público os relatórios e o conteúdo da defesa. Qualquer divulgação feita antes pode invalidar a auditoria, segundo o supervisor.
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