Tear as ideias!

Quem me conhece sabe qual é a minha opinião sobre tentar convencer alguém sobre qualquer coisa. Apesar de persuasivo e com opiniões fortes – às vezes um tanto quanto controvertidas –, em outras épocas já tentei ser mais convincente, tentando levar, cada vez, mais e mais pessoas a pensarem como eu. 

Claro que isso não tem nada a ver com a minha profissão. Enquanto advogado, meu trabalho é fazer com que minha exposição em favor do meu cliente, da tese defendida pelo meu cliente, ou até daquilo que meu cliente disse, seja considerada verdade absoluta. Ou o mais próximo da verdade absoluta. Ou, às vezes, com um fundinho de verdade ou, pelo menos, que deixe a verdade um pouquinho em dúvida… Enfim, enquanto advogado, devo ser convincente. Afinal, eu recebo para isso!

Enquanto Thiago, por outro lado, não mais tenho essa pretensão. Minha vontade é ser ouvido pelas minhas verdades, por aqueles que acreditam nelas ou que, pelo menos, possam ver nelas um fundinho de verdade. 

Disse tudo isso para que eu possa dizer para você, embora eu não possa fazer a metáfora verdadeira sobre aquilo que eu acho sobre tentar convencer alguém, ou “enfiar” em alguém a minha opinião, devemos pensar que, nos diálogos, mesmo aqueles por meio dos quais tentamos convencer alguém de alguma coisa, não devemos agir como agulhas, mas como teares.

As agulhas enfiam-se nos objetos, passando fios, tipo costurando, ou neles cravando, deixando lá a sua marca. Um tear, por sua vez, em um movimento síncrono, faz com que, por meio de seus movimentos, fios se entrelacem, formando um tecido firme, forte, resistente, e com uma solidez admirável.  

Falando em marcar, aliás, uma coisa marcou-me profundamente. Todos nós acreditamos que o aplicativo de mensagens “WhatsApp” havia inovado quando permitiu ligações telefônicas ou mensagens de áudio.

Tal, contudo, me parece que foi mais uma involução. Como tudo, acabou sendo mal usado. No lugar de utilizar para coisas pontuais, muitas pessoas passaram a se utilizar do aplicativo para tudo, somente fazendo ligação por ele, mesmo sabendo que o sinal cai, que a ligação é péssima, que parece que é o Robocop do outro lado, por sair voz metálica, etc. E mesmo sabendo que a maioria dos planos de telefonia, hoje, trazem ligações ilimitadas para todas as operadoras e para telefones fixos. 

Da mesma forma, os áudios passaram a ser utilizados para tudo. Às vezes, mesmo para dizerem apenas uma palavra, um “oi” que seja, há quem mande áudio. Certo está meu querido mais que amigo Dr. Ricardo Vogt, ilustríssimo Presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/RS, que proíbe áudios em seus grupos, chegando a excluir do grupo quem manda mensagem de voz. 

Eu entendo que o áudio pode e deve ser utilizado quando estamos impossibilitados de escrever, ou quando se faz necessária uma explicação, que não ficaria tão clara pela escrita. Caso contrário, eu, pelo menos, escrevo! Mas isso é só uma opinião. Não estou querendo “enfiar” ela em ninguém. Quero somente “tramar” algumas ideias… 

Até a próxima!
 

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