Tênis de Mesa mobiliza crianças no contraturno

O tênis de mesa está longe de ser um esporte popular em Bento Gonçalves, sobretudo nos lugares mais carentes, onde o acesso à estrutura necessária para a prática da modalidade inexiste. A semente que poderá mudar este cenário, no entanto, já está plantada. Com 11 anos de experiência no esporte e participação em competições como o Brasileiro, Sul-Americano, Pan-Americano e Circuito Mundial, o professor de educação física Luciano Possamai iniciou um projeto piloto no bairro Vila Nova 2 e mobilizou crianças no contraturno escolar. A aceitação foi tamanha que ele já planeja espalhar a ideia em outros pontos da cidade em 2015.

O primeiro passo foi circular pelas salas de aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria Margarida Zambon Benini para apresentar o tênis de mesa e convencer os alunos a participarem das atividades no período inverso ao das aulas em uma sala cedida pela escola. De cara, o projeto começou com 40 crianças e atualmente conta com 55 inscritos do quarto ao oitavo ano, divididos em nove turmas com aulas nas terças, quartas e quintas.

Trata-se do primeiro projeto de tênis de mesa no Estado voltado à inclusão social. Possamai criou, viabilizou e executa de forma voluntária. Membro do staff técnico da seleção brasileira paralímpica e treinador da decacampeã nacional Rosângela Dalcin, ele viabilizou cerca de R$ 8 mil em materiais como redes, borrachas, raquetes, bolinhas e mesas com recursos próprios e doação de Rosângela e dos para-atletas da seleção.

O projeto social é parte de um planejamento do bento-gonçalvense para chegar às Paralimpíadas do Rio, em 2016. Em 2012, ele esteve entre os pré-convocados para Londres. Agora, pediu licença da escola onde dava aula para se dedicar em tempo integral ao tênis de mesa. Além do projeto social, Possamai dá aulas a 15 crianças da Associação dos Deficientes Físicos (ADEF), com suporte do Conselho Municipal de Esportes (CME). “Eu já tive uma experiência de estar quase nas Paralimpíadas, na última hora acabei não sendo convocado. Então alguma coisa de diferente, agora, eu preciso fazer. A primeira é destinar o meu tempo para o esporte que pode vir a me levar às Paralimpíadas, e a maneira que eu vi de poder continuar atendendo a seleção foi pedir licença da escola. Depois, é um esporte que não tem na cidade, com exceção da Rosângela e de alguns praticantes, então eu tenho que fomentar o tênis de mesa, por isso decidi dar início a um projeto social”, conta. 

Para 2015, a ideia é consolidar o então projeto piloto e espalhá-lo em outros pontos da cidade. Já está confirmada a abertura de um núcleo na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Helena. O desejo do professor é criar um terceiro núcleo e atender, assim, 150 crianças no contraturno. Para tanto, há a necessidade de investimento em estrutura, que Possamai vem tentando viabilizar junto a empresários do município. A previsão de custo anual para manter um professor e bancar a estrutura, com três núcleos, está orçada em R$ 40 mil. “Como eu sou sozinho, não tenho um CNPJ, não posso solicitar auxílio do CME, por exemplo. Por isso vou tentar viabilizar a ampliação com a ajuda de parceiros. Já há algumas pessoas que se propuseram a colaborar”, conta.

Interessados em apoiar ou patrocinar o projeto devem entrar em contato com o professor pelo telefone 9928 4969 ou e-mail lutenisdemesa@hotmail.com.

 

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