Terceira onda no Tacchini é marcada por velocidade de aumento de pacientes e falta de pessoal

O Hospital Tacchini entrou em nova situação de colapso na quarta-feira, 02/06, quando atingiu a marca de 60 pacientes internados em regime de UTI. O número representa 133% de ocupação, frente aos 45 leitos regulares disponíveis. No início do mês de março, o cenário se repetiu na segunda onda da pandemia. Entretanto, o número era ainda superior: naquele mês, o hospital chegou a atender 72 pacientes críticos.

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 04/06, o superintendente do hospital, Hilton Mancio, esclareceu que a velocidade de aumento de pacientes críticos na estrutura e a falta de equipe médica para atender esses pacientes nesta terceira onda levaram o hospital a declarar colapso de forma antecipada. “Não aconteceu com essa velocidade na segunda onda. Houve uma subida mais gradual. Mas neste momento foi muito rápido. Saltamos completamente de uma posição para outra”, pontuou.  Em apenas três dias (de segunda, 31/05, a quarta-feira, 02/06), o Tacchini passou de 50 para 60 pacientes em UTI.

Dessa forma, as equipes do hospital estão trabalhando na revisão das estruturas e da agenda de cirurgias, a fim de liberar espaços para atendimento de novos pacientes. “Isso porque provavelmente semana que vem iremos para um cenário muito mais restritivo de cirurgias”, lamentou Mancio. No momento, o Tacchini tem capacidade para atender, no máximo, 60 pacientes. Nesta sexta, 04/06, 59 pacientes estão internados em situação crítica, sendo 60% com a confirmação da COVID-19. “Mesmo assim, ainda vejo pessoas se surpreenderem com o Tacchini manifestando situação de colapso. É preciso salientar que não poderíamos considerar normal um hospital trabalhar além da sua capacidade. Já deveria ser anormal trabalharmos com 46”, comentou.

Outro grande problema relatado pelo superintendente nesta terceira onda da pandemia no hospital é a falta de equipes médicas. “Estamos com muita dificuldade de fechar escala médica, seja porque temos médicos que estavam vindo de outros lugares [na segunda onda], e agora não estão vindo mais, ou seja porque temos profissionais que chegaram em um nível de saturação que precisam estar fora, precisam tirar férias. São 15 meses trabalhando em cima da pandemia”, explicou.

Dessa forma, Mancio esclarece que não há como confirmar que o Tacchini consiga chegar ao número de pacientes atendidos no pico da segunda onda. “Hoje nosso teto são 60 leitos, não conseguimos ir além disso, mas estamos trabalhando para tentar construir esse cenário para, se precisar, atender mais pacientes”, informou.