Termo de Cooperação poderá viabilizar tratamento dentário a vítimas de violência doméstica

Com o objetivo de viabilizar reabilitação dentária de mulheres vítimas de violência doméstica, o Ministério Público do Rio Grande do Sul firmou na última sexta-feira, 13/03, Termo de Cooperação com a Organização Não Governamental (ONG) Turma do Bem. Por meio do Programa Apolônias do Bem, a ONG realiza tratamento odontológico integral e gratuito a mulheres que vivenciaram situações de violência e tiveram a dentição afetada durante as suas agressões.

Conforme a dentista Ligia Nogarett, que representa a ONG, 18 mil profissionais da odontologia voluntários se prontificam a atender essas mulheres em todo o Brasil. “Atendemos mil mulheres no ano passado e apenas dez em Porto Alegre. Contamos com a parceria do Ministério Público para não só aumentar esse número na Capital como estender os serviços para o interior do Estado”, disse ela.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CaoDH), Angela Salton Rotunno, que assinou pelo Ministério Público, destaca que esta é uma das ações resultantes do Grupo de Trabalho (GT) institucional sobre violência doméstica, criado há pouco mais de um ano e que agora colhe frutos.


 

Na ocasião, o CaoDH também lançou duas cartilhas para dar suporte a promotores de Justiça na criação de grupos reflexivos para homens e rede de atendimento à mulher vítima de violência doméstica, também produzidas pelos integrantes do GT.

“Estudos mostram que quando o agressor cumpre pena, a reincidência é de 70%, contra apenas 7% dos que participam de grupos reflexivos”, disse Angela Rotunno. “Um agressor devidamente cuidado não irá reproduzir o comportamento, não só com mulheres, mas também no trânsito, com as crianças e idosos”, destacou a procuradora, lembrando que a violência é resultado da personalidade agressiva, que pode ser revertida.

“Se dados científicos mostram resultados efetivos, não podemos seguir apenas no trabalho burocrático e ignorar esses dados”, afirmou, por fim, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos Dornelles. “Ouvir pessoas é a melhor maneira de buscar a resolução de problemas. Queremos incentivar os promotores para que se envolvam e se adaptem aos novos modos de trabalhar”, afirmou.

Da mesma forma, a promotora-corregedora Carla Frós, que integra o GT, também destacou os avanços na área alavancados pelo grupo, com apenas um ano de existência. “Temos a preocupação em motivar os colegas a participar das discussões”, disse.

Após os lançamentos, a psicóloga Ivete Machado Vargas participou, juntamente com Angela Rotunno, de uma webconference sobre os grupos reflexivos para homens. Os eventos, que fazem parte das programações do MPRS comemorativas ao Mês da Mulher, também contaram com a presença da juíza corregedora da Violência Doméstica, Gioconda Pitt, e de diversos promotores de Justiça.
 

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