TJD decidirá futuro do Esportivo no Gauchão

O futuro do Esportivo no Gauchão 2014 será decidido nesta quinta-feira, dia 14, em julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Gaúcha de Futebol (TJD-RS).

Por insultos racistas proferidos ao árbitro Márcio Chagas da Silva em partida contra o Veranópolis, no dia 5 de março, o clube foi denunciado nos parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A punição prevê multa de até R$ 100 mil, perda de três pontos e até mesmo a exclusão no campeonato. Nesse caso, no entanto, o Esportivo pode ter sua pena multiplicada por três e perder até nove pontos, já que as manifestações racistas teriam ocorrido em três momentos da partida. Se isso acontecer, o time entrará em campo contra o São José, no próximo domingo, pela última rodada da primeira fase do Gauchão, já rebaixado à Divisão de Acesso.

O clube tenta superar um dos momentos mais difíceis de sua história nonagenária, que pode obrigá-lo a um ardiloso e incerto recomeço dentro e fora do campo em caso de pena máxima. Parte da imprensa do país e autoridades políticas cobram uma punição severa ao Esportivo. O presidente do alviazul, Luis Oselame, lamenta toda a pressão imposta sobre o clube, o qual considera que foi tomado a mártir. “É óbvio que sim. Uma campanha dessas, eu não consigo compreender. Está muito pesado, vamos ser sinceros. Vamos ser demagogos, agora, que isso nunca aconteceu no campo do Caxias, do Aimoré, na Arena do Grêmio, no Inter, no Brasil de Pelotas… Vamos punir os caras que fizeram isso, eu sou a favor, mas tirar pontos do clube? Então vamos ter que tirar pontos do Pelotas, onde também gritaram. Se tirar pontos de todos os que gritaram, podem tirar os nossos também. Impede a torcida de ver o jogo, manda as partidas do Esportivo fora de Bento. Isso a gente entende, porque de alguma forma tem que haver uma punição”, desabafa, complementando que, pelas atuais circunstâncias da equipe no campeonato, “seria um desastre perder três pontos, que valem mais do que os R$ 100 mil”.

Desde as denúncias do árbitro, no dia posterior à partida, o clube se empenhou na busca pelos autores das ofensas e, com a ajuda de torcedores que estavam no estádio, denunciou dois suspeitos, que devem prestar depoimento à Polícia até a próxima sexta-feira. “O clube considera que tem que fazer alguma coisa e está fazendo. Fez uma campanha e conseguiu nomes de quem proferiu as ofensas racistas, e essa campanha continua para acharmos os responsáveis pelo ocorrido fora do estádio. Agora, se vai ser uma atenuante na decisão do TJD, tomara que seja, já que foi identificada uma parte dos agressores. Que estes sejam punidos!”, frisa o presidente.

Sobre os danos ao veículo do árbitro, uma das acusações é que o clube não teria dado a devida segurança, também contestada pelo mandatário do alviazul. “Eles querem nos condenar porque a gente não deu a devida segurança. Mas o Esportivo fornece um portão e um cadeado. São itens de segurança suficientes para não ter acontecido aquilo”, salienta.

O julgamento iniciará às 17h30, na sede do TJD, em Porto Alegre. O advogado do alviazul será o especialista em direito desportivo, Alexandre Borba.

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Reportagem: João Paulo Mileski

 

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