Trabalhadores do comércio de Bento se revoltam com redução de pagamento aos domingos de Vindima

Acordo entre Sindilojas e SEC-BG, atendendo à solicitação da secretaria do Turismo de Bento para fomentar a abertura do comércio no fim de semana, reduz de R$ 64,00 para R$ 32,00 o valor do bônus por trabalho no domingo durante o período de Vindima

Foto: Reprodução/CDL Sinop

Um grupo de trabalhadores do comércio de Bento Gonçalves está revoltado com um acordo firmado nesta semana pelo Sindilojas Regional Bento e pelo SEC-BG. A partir dele, o valor do bônus por trabalho de seis horas aos domingos, durante o período de Vindima no município, será reduzido pela metade, saindo de R$ 64,00 para R$ 32,00. O período do acordo vai até o dia 20 de fevereiro.

Conforme o presidente do Sindilojas de Bento, Daniel Amadio, a medida foi tomada como uma forma de incentivar os lojistas a manterem seus comércios abertos durante a programação da Vindima no centro da cidade. “Há um movimento da prefeitura para fortalecer a vindima no município. Temos que apostar nisso porque é nosso produto base e que traz muitos turistas”, comenta. Pensando nisso, a prefeitura teria procurado o sindicato para que pudesse propor soluções viáveis para os empresários do setor. “Os lojistas se queixam que a operação do estabelecimento fica inviável se o bônus pago for alto. Então entramos com esse acordo. Porque não adianta ter um grande público no Centro, se não há comércio aberto”, explica.

  • Ótica Debianchi
  • Vinícola Garibaldi

As demais regras, como limite de seis horas e folga concedida na semana seguinte, conforme Daniel Amadio, seguirão as mesmas para o período. Após o fim da Vindima, o valor do bônus pago volta a ser de R$ 64,00. Amadio ainda explica que o valor é tido como um “extra” no salário dos trabalhadores. Ou seja, além do pagamento das horas semanais, os comerciantes recebem esse bônus por domingo trabalhado. “Temos que considerar que, se a pessoa trabalhou durante toda a semana e foi escalada para o domingo, esse valor entra nas horas extras”, frisa Amadio. “Eu entendo o lado dos trabalhadores, mas é em nome de uma grande festa. Um sacrifício que temos que fazer”, complementa.

  • Vinícola Garibaldi

O grupo de trabalhadores que entrou em contato com o SERRANOSSA ressalta sua indignação principalmente diante da alta no custo de vida vivenciada nos últimos anos. “O valor de R$ 32,00 não reflete a realidade. É praticamente como zombar da cara do trabalhador. E o pior de tudo é ver os lojistas gostando disso e não dando a mínima importância para o bem-estar e qualidade de vida de seus funcionários”, declara uma comerciante.

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também