Transporte de paciente gera controvérsia

O atraso na chegada a Bento Gonçalves de um paciente de 68 anos, que realiza sessões de fisioterapia na Universidade de Caxias do Sul (UCS), na última semana, causou desentendimento entre os familiares dele e a coordenação do setor de transportes da secretaria municipal de Saúde (SMS). De um lado, a família contesta o fato de o idoso ter permanecido no local sozinho durante horas, após o procedimento ter atrasado dez minutos. O coordenador do setor de transporte, Marcelo Machado, explica que o episódio foi um caso excepcional, pois o veículo precisava ser utilizado em outra viagem.

O principal questionamento da família, que prefere não ser identificada, é que o paciente faz uso regular de medicamentos para controle de pressão alta, diabetes e circulação sanguínea e, como retornaria antes do meio-dia, não levou os comprimidos consigo. “Logo que ele saiu da fisioterapia e viu que a van não o havia esperado, ele ligou. Fomos até a secretaria de Saúde ainda pela manhã e eles nos prometeram que ele retornaria até as 14h30, o que não aconteceu. Meu pai chegou a casa somente às 19h30, muito cansado e chateado”, conta. Segundo ela, ele teve uma das pernas amputadas e a outra também está comprometida. “Ele não tem cadeira de rodas, se movimenta com andador e tem ainda muita dificuldades que já ocasionaram diversas quedas”, explicou a filha. Ela também relatou que ele permaneceu lá sozinho, sem ter tomado a medicação e, na avaliação dela, correu risco de vida. A mulher conta que quando esteve na secretaria percebeu que no pátio havia diversas ambulâncias e carros disponíveis, entre as quais algumas sendo lavadas, e acredita que um dos veículos poderia ter sido deslocado a Caxias para buscar o paciente.

Retorno

Machado explica que a van do transporte teve que retornar ao município pois teria que ser utilizada na segunda viagem do dia a Caxias, quando levaria mais oito pacientes para os atendimentos no período da tarde. “A secretaria possuiu três vans para transporte de passageiros, sendo duas com capacidade para 15 pessoas, mas uma delas encontra-se parada em função de problemas mecânicos e aguarda empenho para ser consertada. A terceira tem menor quantidade de bancos”, explica. Ele relata que são realizadas duas viagens a Caxias do Sul, a primeira sai às 6h, destinada aos pacientes que possuem atendimentos pela manhã, e a segunda, às 11h30, para os que possuem procedimentos agendados pelo período da tarde. “Segundo o motorista da van, ele foi até o local e perguntou aos funcionários sobre o paciente, os quais informaram que o atendimento estava atrasado e iria demorar. Como ele havia sido orientado a voltar, ele retornou a Bento”, conta.

O coordenador ainda diz que, ao ser procurado pelos familiares do paciente, informou que ele poderia retornar com a van que sairia de Caxias por volta das 14h30 e que poderia estar em casa cerca de uma hora ou mais após, dependendo de como seria o andamento dos atendimentos dos pacientes. “Um procedimento atrasou e a van, consequentemente, também demorou a retornar no período da tarde. Costumamos aguardar o paciente quando necessário. O que aconteceu foi um caso pontual, onde era necessário que o veículo retornasse para conduzir mais pacientes a Caxias”, relatou. Machado ainda explica que não poderia deslocar uma ambulância para trazer o paciente, pois ela só pode ser utilizada quando há requerimento que o transporte seja realizado com ela.

O paciente retornou a realizar sessões de fisioterapia nesta semana em busca de reabilitação para que possa utilizar próteses ortopédicas. 

Reportagem: Katiane Cardoso


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