Trump diz que Bolsonaro é um homem bom e que há uma “caça às bruxas” no Brasil
O presidente americano Donald Trump disse que não é amigo de Bolsonaro, mas o conhece e que Bolsonaro lutou arduamente pelo Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender Jair Bolsonaro nesta terça-feira (15). Ao ser questionado na Casa Branca por repórteres sobre o pedido de condenação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Trump afirmou que considera o processo uma “caça às bruxas”.
Durante a coletiva, o republicano foi enfático: elogiou a postura de Bolsonaro como chefe de Estado, disse que ele é um homem honesto e comprometido com o Brasil. Trump afirmou que o ex-presidente brasileiro sempre agiu em defesa do povo e dos interesses nacionais, inclusive durante negociações comerciais com os Estados Unidos.
“Presidente Bolsonaro é um homem bom. Conheci muitos primeiros-ministros, presidentes, reis e rainhas, e sou bom nisso. O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo do Brasil. Lutou arduamente pelo povo do Brasil. Negociou acordos comerciais contra mim, pelo povo do Brasil. E foi muito firme. Foi firme porque queria um bom acordo para o país dele. Ele não é um homem desonesto. E acredito que isso é uma caça às bruxas, e que não deveria estar acontecendo. Veja, ele não é como um amigo meu. É alguém que eu conheço. E conheço como representante de milhões de brasileiros. Eles são um povo maravilhoso. E ele ama o país e lutou por essas pessoas. E agora querem colocá-lo na prisão. Acho que isso é uma caça às bruxas, e acho muito lamentável. Ninguém está feliz com o que o Brasil está fazendo, porque Bolsonaro foi um presidente respeitado”, disse Trump.
Na semana passada, na quarta-feira (9), Trump já havia classificado o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional”. Na mesma ocasião, anunciou que os Estados Unidos vão aplicar uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, com início em 1º de agosto.
A nova manifestação do presidente americano ocorreu após ele ser informado sobre o pedido de condenação apresentado pela PGR contra Bolsonaro. O documento, com 517 páginas, foi protocolado na noite de segunda-feira (14) pelo procurador-geral Paulo Gonet e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A PGR acusa Bolsonaro e os outros réus de crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. O pedido faz parte das alegações finais da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado — fase que antecede o julgamento, previsto para setembro. Além de Bolsonaro, o pedido de condenação inclui:
• Walter Braga Netto, general do Exército, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
• General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
• Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
• Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
• Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
• Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo.
Caso seja condenado, Mauro Cid deverá ter a pena suspensa, conforme acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal.