TSE revela parcial de prestação de contas

Se depender do que os candidatos de Bento Gonçalves declararam à Justiça Eleitoral na primeira parcial da prestação de contas de campanha, a movimentação política esteve muito fraca no começo da corrida pela prefeitura. As informações foram entregues pelos partidos no início do mês e divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final da última semana. Segundo o balanço, apenas um concorrente teve receitas e despesas computadas nesse período: Roberto Lunelli (PT). Os outros quatro – Adroaldo Dal Mass (DEM), ElmarCainelli (PSC), Guilherme Pasin (PP) e Juarez Piva (PDT) – declararam à Justiça Eleitoral não terem tido ganhos ou gastos nesta fase inicial em busca de votos. O que chama atenção é que, apesar do início tímido, já há material publicitário circulando pela cidade. 

Na primeira parcial da prestação de contas de Roberto Lunelli, o candidato declara ter obtidoR$ 3,5 mil em receita proveniente de “recursos próprios”. Deste montante, Lunelli alega ter contratado despesa de R$ 2,9 mil na “pré-instalação física de comitê de campanha de candidato”. Este parece ter sido o único investimento feito até agora na campanha em busca da reeleição: os dados divulgados pelo TSE acerca das despesas do Comitê Financeiro do PT e da Direção Partidária não apontam ganhos ou gastos neste início de campanha.

As primeiras parciais das prestações de contas dos outros concorrentes a prefeito são idênticas: não há receitas ou despesas computadas por Adroaldo Dal Mass, ElmarCainelli, Guilherme Pasin e Juarez Piva. O mesmo vale para as direções partidárias e comitês financeiros das siglas dos candidatos ao Executivo, que também informaram à Justiça Eleitoral não terem tido movimentação financeira no período abrangido pelos relatórios.

Ao SERRANOSSA, a coordenação da campanha de Adroaldo Dal Mass explicou que a burocracia inicial da candidatura impediu que se captasse recursos ou contratasse despesas no período abrangido pela primeira parcial da prestação de contas. ElmarCainelli confirmou que não houve ganhos ou gastos nestes primeiros dias e que a movimentação financeira de sua candidatura começa ainda em agosto. Guilherme Pasin declarou, por meio de sua assessoria de comunicação, que os dados repassados ao TSE são referentes ao final de julho, quando a campanha ainda não havia tido arrecadação. Quanto aos gastos, esses “estão projetados para terem o pagamento efetuado em agosto”, segundo a nota enviada pela assessoria. Juarez Piva informou, por meio de sua assessoria, que os dados divulgados pelo TSE estão corretos: não houve receitas ou despesas nesses primeiros dias de campanha.

Candidatos pretendem gastar até R$ 3,64 milhões 

O declarado pelos concorrentes a prefeito também está muito longe do que eles esperam gastar na busca por votos, segundo eles próprios informaram à Justiça Eleitoral. Adroaldo Dal Mass estipulou limite de gastos de campanha de até R$ 1 milhão nestas eleições. Juarez Piva (PDT) planeja gastar até R$ 900 mil. Guilherme Pasin (PP) declarou à Justiça Eleitoral que pretende dispor de até R$ 850 mil. Roberto Lunelli (PT) planeja gastar R$ 590 mil e ElmarCainelli (PSC), R$ 300 mil.

No total, portanto, os postulantes ao cargo de prefeito de Bento Gonçalves poderão gastar até R$ 3,64 milhões no pleito de outubro. O valor total estipulado por cada um, no entanto, não precisa ser alcançado: é apenas uma estimativa da quantia máxima de gastos. E, pelo que apresentaram até agora, é bem possível que o montante de dinheiro empregado pelos candidatos nessa campanha fique bem abaixo disso.

Material de campanha já está circulando na cidade

As contas dos concorrentes ao cargo de vereador ainda não apresentam receitas ou despesas, mas o material de divulgação das candidaturas já começa a aparecer na paisagem de Bento Gonçalves. Faltando menos de dois meses para as eleições, cartazes, carros adesivados e santinhos já estão circulando pelo município, ainda que com certa timidez.

Em pelo menos três casos de candidatos a vereador, a produção de panfletos com tiragens que vão de 10 mil a 100 mil unidades não foi computada na prestação de contas. Uma candidata que já tem cartazes afixados pela cidade também declarou à Justiça Eleitoral não ter tido receitas ou despesas no período referente à primeira parcial da prestação de contas.

Segundo o chefe do Cartório Eleitoral da 8ª Zona Eleitoral de Bento Gonçalves, Ricardo de Abreu, os gastos iniciais dos candidatos ainda podem aparecer nas próximas prestações de contas e casos de irregularidades serão analisados com atenção. “Caso seja levada à Justiça Eleitoral denúncia a respeito de irregularidades nas prestações de contas, o caso é encaminhado ao Ministério Público, que pode fazer diligências para verificar se há fundamento. A partir daí, o MP guarda essa informação para conferir, na prestação de contas final, se há algum problema”, explica Abreu. “Os grandes fiscais são os eleitores, os candidatos e os partidos”, convoca.

 
Candidatos a vereador

Segundo os dados disponibilizados pelo TSE, dos 169 candidatos ao cargo de vereador, cinco não entregaram a primeira parcial da prestação de contas dentro do prazo.

 
Reportagem: Eduardo Kopp

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