Turno integral: uma realidade no Colégio Landell

Com o objetivo de ampliar para sete horas o período escolar em 45 mil instituições de ensino em todo o país até o final do ano, o governo federal está expandindo o programa Mais Educação. Lançado em 2008, o projeto comemora a adesão de 32 mil educandários brasileiros. Entre eles está o Colégio Estadual Landell de Moura, de Bento Gonçalves, que desde 2011 oferece aos alunos da 5ª série ao 8º ano atividades no contraturno escolar. Outro estabelecimento bento-gonçalvense já inscrito na proposta é a Escola Estadual de Ensino Fundamental São Pedro, que deve começar a oferecer as oficinas ainda neste ano.

O projeto foi lançado com o objetivo de diminuir a violência e oportunizar aos alunos atividades educativas, pedagógicas e recreativas no turno inverso ao frequentado na escola. “As oficinas são divididas em macrocampos, que abrangem temas como acompanhamento pedagógico de matemática e português, educação ambiental, esporte e lazer, comunicação e mídias, cultura digital e artes. Elas acontecem de formas diferenciadas, com enfoque mais prático do que teórico. Podemos dizer que é o caminho a percorrer para a implantação do período integral”, explica Neiva Morello Michelin, coordenadora do programa Mais Educação da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE).

No Landell, as atividades são realizadas no período da manhã e contam com 30 inscritos. Segundo a diretora, Vanise Marconi, a participação tem aumentado desde a implantação do programa, há dois anos, e existe a possibilidade de serem abertas mais duas turmas de 15 alunos cada. “Percebemos, através da avaliação dos professores, que os alunos do projeto têm melhor comportamento em sala de aula e notas mais altas. Eles diariamente recebem um suporte para a aprendizagem, além de trabalharem bastante com a prática e a cultura da não violência”, enfatiza. 


Rotina dos alunos

No Colégio Landell, as atividades iniciam às 7h30, quando os alunos começam a hora de estudo organizado, destinada a temas e trabalhos, além do esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo ensinado na sala de aula. No decorrer da manhã, eles participam de duas oficinas, com intervalo para lanche e almoço. “Acredito que seja fundamental que eles passem mais tempo na escola, principalmente na adolescência, pois é uma oportunidade para diminuir o contato com a violência. O jovem passa a ser orientado e tem menos tempo para ficar ocioso. Esse tipo de trabalho deveria ser realizado ainda na pré-escola, assim eles já estariam habituados e facilitaria na sua formação”, opina Jania Maria Glanert, coordenadora do programa no colégio. 

O Landell oferece oficinas de letramento (produção de um jornal); implantação de uma horta envolvendo o uso da matemática; artes (pinturas em caixas de madeira e reciclagem), xadrez e jogos de estratégia; capoeira; dança de rua; e Taekwondo. A coordenação também está em tratativas para oportunizar aulas de flauta doce aos interessados. Todo o material é custeado pelo governo federal. 

As estudantes do 8º ano, Giulia Eduarda Bratz e Bianca Alves da Rosa, ambas de 13 anos, frequentam o Mais Educação. “Eu comecei em 2011 e por gostar de todas as atividades, principalmente da oficina de dança de rua, decidi continuar no projeto”, relata Giulia. Ela conta que percebeu uma melhora significativa em suas notas. Bianca se inscreveu a convite da amiga. “Adoro as aulas de dança e pintura”, detalha.

Segundo Jania, os alunos são convidados a participar e a manter o compromisso. “Realizamos um trabalho pedagógico para que eles compreendam a importância de estarem aqui. Caso não compareçam, não há punição, mas é necessário que tenham responsabilidade, já que optaram por fazer”, explica.

Oficineiros voluntários

A 16ª CRE está em busca de oficineiros voluntários para ministrar as atividades aos alunos. Cada voluntário recebe uma ajuda de custo no valor de R$ 60 mensais, para cada três horas semanais trabalhadas, sendo que cada um poderá ministrar até três oficinas. Segundo Neiva, a maior necessidade é de oficineiros de português e matemática. Os interessados podem comparecer diretamente no Colégio Landell de Moura ou buscar outras informações pelos telefones 3452 2296 (Landell) ou 3455 0500 (16ª CRE).

Rede municipal

Além dos dois educandários da rede estadual, três escolas municipais de Ensino Fundamental (EMEF) também aderiram ao programa e em 2013 oferecerão as oficinas no contraturno das aulas. Segundo a secretária municipal de Educação, Iraci Luchese Vasques, atualmente são 325 crianças atendidas, das quais cem na EMEF Professor Félix Faccenda, 105 na EMEF Professor Ulysses Leonel de Gasperi e 120 na EMEF Professora Maria Borges Frota. “Estamos em processo de formatação do programa e em breve será implantado nas escolas”, conta.

Reportagem: Katiane Cardoso


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