Ufrgs na Serra: acerto começa a sair de sintonia
As prefeituras da Serra perdem cada vez mais as esperanças de que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) anuncie ainda em 2013 o local em que será implantado o campus regional. Há alguns dias, a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) voltou a cobrar respostas da instituição, surpresa com a manifestação que o reitor Carlos Alexandre Netto teria feito a uma emissora de rádio – na entrevista, Netto afirmou que a Ufrgs aguardava um consenso entre as cidades serranas para escolha da área que receberia o novo núcleo.
O posicionamento é totalmente contrário ao apresentado, ainda em junho, pelo vice-reitor Rui Vicente Oppermann, durante reunião com chefes de Executivo da região, realizada em Nova Roma do Sul. Na ocasião, Oppermann tratou como “superada” a questão do local, mas recebeu críticas pelo discurso pouco objetivo. Ele também destacou que a Ufrgs trabalhava internamente na definição do modelo de campus, procedimento que poderia levar, a partir daquele momento, mais um ano.
O presidente da Amesne e prefeito de Santa Tereza, Diogo Siqueira, afirma que se a discussão for levada para 2014, ano de eleições, os poucos avanços obtidos até aqui – como o anúncio de que engenharias estarão entre os cursos oferecidos – podem ficar cada vez mais distantes. “Acho que, se não sair neste ano, não sai mais, porque também temos que brigar para conseguir colocar no orçamento da União. Tínhamos esse acordo de que a Ufrgs iria definir o local e mostrar o projeto técnico para a Amesne, mas agora parece que o discurso mudou. Ou o reitor e o vice não estão combinando, ou estão simplesmente nos enrolando. Pessoalmente, estou muito desiludido”, lamenta.
Siqueira garante que a associação não coordenará nenhum processo para escolha do município com melhores condições para receber o campus. “Essa mobilização já foi feita há um tempo e não resolveu nada, só criou intrigas e atritos. Por isso que não pode haver um critério político, e nós não vamos fazer isso. Mas precisamos de um retorno da universidade, porque as comunidades estão cobrando um posicionamento dos prefeitos”, finaliza.
Ufrgs silencia
Questionada, por meio de sua assessoria, sobre qual procedimento adotará para determinar a localização do novo campus – a definição técnica ou o eventual consenso político entre as cidades –, a UFRGS informou por e-mail que não se manifestaria. O breve comunicado destaca apenas que Oppermann responderá ao ofício da Amesne “nos próximos dias”. Na sequência, a universidade “irá informar à imprensa o que foi conversado entre Ufrgs e Amesne”.
A possibilidade de coabitar espaços com outras instituições locais, como a Universidade de Caxias do Sul (UCS), parceria que chegou a ser cogitada durante as negociações, está totalmente descartada. Segundo estimativa da instituição, depois de iniciada, a construção do novo campus na Serra deve demorar entre três e cinco anos e também deve levar em consideração uma área centralizada e que possa se integrar a projetos futuros de mobilidade, como o trem regional.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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