Um café degustado com outros sentidos
Foi com os braços imobilizados, olhos vendados ou ouvidos protegidos com protetores auriculares que os convidados do Café Sensorial sentiram na pele a importância de discutir a inclusão social. O evento foi realizado no Hotel Laghetto Viverone, na manhã desta sexta-feira, dia 2.
Os participantes vendados foram guiados por amigos até a mesa do buffet. Titubeando por entre as mesas e cadeiras, puderam refletir sobre a condição de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. “Estou suando. Senti pela primeira vez, aos 50 anos, como seria complicado se eu sofresse alguma limitação”, refletiu o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) do Estado, Paulo Barck.
A evolução das políticas públicas de acessibilidade foram evidenciadas pelos participantes, porém, sem negar o longo caminho que ainda precisa ser trilhado até a formação de uma sociedade igualitária. “Quantos de nós não desviam o olhar quando veem alguém com deficiência? Temos a mania de terceirizar o problema. Somos nós, cidadãos, que temos que acabar com isso”, argumentou o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin.
Carlos Aparício Clamente, líder sindical metalúrgico de São Paulo, palestou sobre a luta pela integração dos deficientes no mercado de trabalho ao longo dos últimos dez anos e apresentou números expressivos alcançados pela lei das cotas (Lei 8213, de 24 de julho de 1991 – artigo 93).
De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, a legistação brasileira garante vagas para 980 mil pessoas. O número, mesmo que animador, ainda é pequeno para um país que possui 29 milhões de deficientes em idade para trabalhar.
É exigido a todas as empresas com 100 ou mais empregados vagas para esses trabalhadores, variando de 2% a 5%. A multa para cada vaga não preenchida vai de R$ 1.717,38 a R$ 171.736,10.
O Rio Grande do Sul lidera o ranking de empresas que mais empregam portadores de deficiência, com 48,3%. Em segundo lugar está o Ceará, com 46,7%.
Reportagem: Priscila Boeira
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