Um índice trágico e, ao mesmo tempo, incompleto. Assim podem ser definidas as estatísticas de acidentes fatais nas principais rodovias de Bento Gonçalves (RSC-470, RSC-453, ERS-444 e VRS-805). Entre os dias 1º de janeiro e 5 de outubro, as mortes em acidentes de trânsito chegam a 27, o que equivale a uma média de uma morte a cada dez dias. O número pode ser ainda maior se computadas as mortes que não aconteceram na hora do acidente.
Um destes casos foi registrado nesta semana. O aposentado Henrique Greggio, de 58 anos, não resistiu aos ferimentos causados por um acidente de trânsito no último dia 16 de setembro. Ele dirigia o Pálio com placas de Bento Gonçalves quando, ao fazer o retorno na pista, acabou sendo colhido por um veículo Classe A com placas de Caxias do Sul. Greggio permaneceu internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Tacchini até a última sexta-feira, dia 30, quando faleceu. Natural de Pinto Bandeira, ele foi sepultado no cemitério do bairro Santo Antão na tarde do último sábado, dia 1º. Por não ter falecido no local do acidente, a morte é uma das que não integra a estatística divulgada pelo Grupo Rodoviário Bento Gonçalves.
Apesar de campanhas constantes de conscientização, a imprudência continua sendo a maior causa dos acidentes. “Temos registro de mais mortes em dias secos do que em dias chuvosos, apesar de a pista ser mais escorregadia quando chove. Há mais registros de acidentes com danos materiais e ferimentos leves com chuva, mas os mais graves acontecem em dias bons, o que nos prova que a irresponsabilidade e a imprudência são as causadoras”, alerta o comandante do GRv, sargento Zidemar Petry. O SERRANOSSA flagrou uma situação de imprudência de um motorista de caminhão ao acessar RSC-470 sem sinalizar e ignorando a preferência de outros veículos na pista (foto).
Busca constante
O comandante do 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, major André Ilha Feliú comenta que a busca por estratégias de redução de acidentes é constante. Prova disto foi um encontro entre comandantes de Batalhões Rodoviários do Estado realizado nesta semana em Bento Gonçalves. “Temos uma área de abrangência menor em relação aos demais batalhões, mas uma malha rodoviária maior e maior índice de acidentes”, enumera. Para ele, fiscalização e orientação são fundamentais: “uma mudança de comportamento é essencial”.
Um dos tópicos abordados no encontro foi o estudo de quais rodovias exigem colocação de controladores de velocidade, tipo pardais. As conclusões serão encaminhadas ao Departamento Auônomo de Estradas e Rodagem (Daer).
Greice Scotton
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