Universidades gaúchas participam de estudo com plasma de vacinados contra o Coronavírus

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sinalizou na quinta-feira, 27/05, que irá investir os R$ 298 mil necessários à realização de um estudo com plasma de vacinados contra a COVID-19, desenvolvido em conjunto pela UFRGS, a PUCRS, o Instituto de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (HemoRio), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, o Hospital Virvi Ramos, a Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul e a Feevale-RS.

Na última semana de maio, o HemoRio iniciou a coleta do plasma (parte líquida do sangue) de doadores que tenham recebido duas doses de vacina contra a COVID-19, há pelo menos 14 dias. O material coletado será usado em ensaio clínico inédito – denominado Immuneshare MCTI – que irá testar uma nova opção de tratamento contra o Sars-CoV-2. Essa é a primeira pesquisa multicêntrica do Brasil a utilizar o plasma doado por pessoas com o esquema vacinal completo, para tratar pacientes no estágio inicial da doença com idade acima dos 40 anos. O objetivo de um tratamento desse tipo é transferir ao paciente um quantitativo de anticorpos suficiente para combater o vírus.

O estudo foi idealizado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da UFRGS, Fabio Klamt. “A história começou em março de 2020, desde que eu mesmo tive a COVID-19. Os primeiros ensaios não foram muito animadores, mas nesse último ano, a gente aprendeu muito sobre a doença e também sobre como usar o plasma", disse.

O pesquisador conta que a ideia é obter as doações de plasma do pessoal da área da saúde, por isso o HemoRio ficou responsável pelas coletas. “Metodologicamente, esse ensaio está no padrão de qualquer estudo mundial, pois estamos sendo rigorosos. Além de adotarmos todo o processamento normal que uma bolsa de sangue ou de plaquetas desse tipo recebe, faremos ainda a neutralização de todo e qualquer microrganismo presente nesse plasma. Claro, contamos com a certificação de qualidade do HemoRio”, explica o docente.

Serão tratados 380 pacientes, atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede de saúde do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, que tenham confirmado a infecção pelo Coronavírus, e estejam no máximo no terceiro dia de sintomas, sem necessidade de internação hospitalar, desde que concordem em participar da pesquisa. Desse total, metade receberá a transfusão de plasma, a fim de que possa ser feita uma análise comparativa da eficácia do produto. A escolha dos pacientes que receberão o plasma ou farão o tratamento convencional será aleatória, por sorteio, um procedimento padrão em pesquisas científicas.

Fonte: UFRGS

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