Depois de quase quatro anos entre obras, paralisações, novas licitações e, principalmente, polêmicas, os trabalhos da Unidade de Pronto Atendimento 3 (UPA 3) estão na reta final. Após instalação da rede elétrica, da tubulação de gás e de equipamentos, a estrutura estará pronta para receber os profissionais para treinamento e, então, entrar em funcionamento de fato. A expectativa da secretaria municipal de Saúde (SMS) é que tudo isso seja feito até o início de junho.
A atual etapa, de instalação elétrica, foi a última a provocar atrasos. A fornecedora de material para a empresa responsável por essa parte atrasou a entrega por cerca de três semanas, devido a recessos desde dezembro. Na última quinta-feira, dia 9, o fornecimento de luz no Pronto Atendimento 24h (PA 24h) chegou a ser interrompido para as ligações na nova unidade. A previsão é de que a instalação da rede seja concluída em, aproximadamente, duas semanas.
Finalizada essa fase, poderão ser realizadas as subsequentes, que dependem de eletricidade para serem testadas. A Analuza, empresa que trabalha no empreendimento, prevê que serão necessárias mais duas semanas para a revisão da tubulação e da central de gás.
Após esse mês estimado de serviços, o prédio estará finalizado. Para entrar em funcionamento, no entanto, ainda será necessário instalar todos os tipos de equipamentos, de sistema de informática a leitos, que ainda não estão no local – ao contrário do mobiliário, que já está montado. “Ainda falta a contratação e capacitação de pessoal. Vamos fazer também testes para assegurar que o sistema funciona. Isso deve levar mais uns 30 dias”, explica Jaime Galvani, assessor de gabinete da secretaria. “Depois que abrir, passará a operar instantaneamente”, acrescenta.
Atendimento
A UPA 3 integra a Rede de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde e é destinada a atender somente casos desses tipos. A unidade estará apta para acolher de 350 a 400 pacientes por dia, o que deve totalizar até 12 mil pessoas por mês – o PA 24h atualmente atende de 9 a 10 mil pacientes mensalmente. Cerca de 120 profissionais trabalharão no local, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, funcionários da administração e equipe de apoio.
Gastos
Os últimos dados divulgados pela secretaria de Finanças, em novembro do ano passado, beiram R$ 6,5 milhões investidos na UPA 3. Ainda há aditivos não contabilizados, segundo Galvani. A nova preocupação do Poder Público, no entanto, gira em torno da manutenção da unidade. A estimativa é de R$ 1,4 milhão de custos mensais, dos quais R$ 850 mil serão provenientes dos governos estadual e federal.
Readequações em partes executadas pela primeira empresa encarregada pela obra, a Engeporto, que estavam diferentes do projeto original são apontadas como os principais motivos tanto para o atraso quanto para o volume de despesas. As portas citadas no projeto, por exemplo, eram do tamanho necessário para a passagem de cadeirantes, o que não foi seguido pela empresa. O erro precisou ser corrigido. A falta de impermeabilização do telhado foi considerada um dos principais problemas.
Mais da metade do gesso do teto precisou ser trocada em decorrência da grande quantidade de água que entrava nos dias de chuva. “Não sabemos o que pode acontecer com esta estrutura, só teremos ideia depois que entrar em funcionamento. O piso, por exemplo, não foi impermeabilizado e, futuramente, vai infiltrar. Não temos como refazer isso, seria preciso arrancar 1,9 mil metros quadrados de piso”, explica Galvani. “A população cobra por que não conseguimos finalizar até agora, mas tudo isso foi corrigido aos poucos. Foram necessárias medidas paliativas, porque quando assumimos a estrutura já era problemática, é um prédio mal executado. O ideal mesmo seria começar do zero”, finaliza.
Reportagem: Priscila Pilletti
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